30 anos do falecimento de Dom Romeu Alberti

30 anos do falecimento de Dom Romeu Alberti

A Diocese de Ribeirão Preto foi criada em 1908 e sua elevação a Arquidiocese foi em 1958. Nessa trajetória de 110 anos de história diocesana Dom Romeu Alberti aparece em 9 de junho de 1982 quando o Papa João Paulo II o nomeou como seu 5º Arcebispo – 7º Bispo – ministério que exerceu até 1988.

O filho da cidade de São Paulo – bairro da Lapa – nascido em 21 de abril de 1927 e ordenado presbítero em Roma a 7 de maio de 1951 foi nomeado como primeiro Bispo da recém criada Diocese de Apucarana – PR em 22 de fevereiro de 1965 pelo Papa Paulo VI. Foi Administrador da Arquidiocese de Botucatu no conturbado período de 1968 a 1969. Depois de desenvolver exitoso ministério episcopal, marcado pelo crescimento pastoral baseado em um plano de grande valorização da diaconia permanente e do laicato, Dom Romeu tomou posse como Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto em 22 de agosto de 1982, em celebração presidida pelo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns.

Sua vida eclesial na nova missão ficou marcada desde o início pela imagem de um pastor presente, que buscou ter contato com a realidade de seu rebanho visitando já no primeiro ano de seu episcopado todas as paróquias. Para melhor assistir seu rebanho criou quatro paróquias em Ribeirão Preto, a saber, Paróquia Jesus de Belém, no Quintino Facci II, Paróquia Santa Rita de Cássia, no Jardim Independência, Paróquia Cristo Rei, no Iguatemi e Paróquia Nossa Senhora de Nazaré no Jardim Paulistano. Outro legado de seu pastoreio foi a que ele mesmo denominou de “Pastoral orgânica”. O próprio D. Romeu costumava dizer: “quero conhecer as FORÇAS VIVAS da Arquidiocese para podermos juntos criar uma PASTORAL ORGÂNICA, onde CABEÇA, CORPO e MEMBROS sejam um e todos se auxiliem”. (CORREIA, 1998, p. 115). Nesse sentido estabeleceu com o clero as Diretrizes de Ação Pastoral da Igreja Particular de Ribeirão Preto para o biênio 1985-1986, organizada a partir da priorização da Pastoral Familiar, Pastoral das CEBs e Pastoral da Juventude.

Sua predileção pela diaconia permanente também se fez ver em Ribeirão Preto, tendo em vista que entre 1982 e 1988 ordenou 16 Diáconos permanentes. Simultaneamente a esse importante trabalho apostólico desempenhou diversas funções na CNBB, mesmo tendo que lutar contra uma mielodisplasia medular diagnosticada em 1983. Essa enfermidade afeta a qualidade da produção do sangue, por isso, seu sistema imunológico teve grande comprometimento a ponto de pouco antes de sua morte passar por várias transfusões de sangue.

Em seu testamento espiritual redigido no dia de seu 61º aniversário natalício (109 dias antes de sua páscoa), Dom Romeu se dirigiu ao Pai com gratidão, serenidade e confiança. Agradece pelo dom da vida, “Muito obrigado, porque me chamastes à existência, dando-me um lugar dentro do Plano de Amor de Vossa Providência paterna.” (ALBERTI apud CORREIA, 1998, p. 104). Em outros trechos afirma sua paz interior e entrega pessoal “Meu tempo está em vossas mãos.” (ALBERTI apud CORREIA, 1998, p. 104). E despede-se testemunhando sua fé: “Minha eternidade se aproxima.” (ALBERTI apud CORREIA, 1998, p. 104). “De todos me despeço, com encontro marcado para sempre na casa de Nosso PAI. […] Tudo está consumado. […] Nas Vossas mãos, entrego o meu espírito, ó PAI.” (ALBERTI apud CORREIA, 1998, p. 106). Entre nosso povo ficou conhecida sua exemplar resignação na enfermidade. Faleceu em 6 de agosto de 1988. Que seu exemplo nos inspire nas nossas lutas diárias, para completarmos por meio dos nossos sofrimentos o que falta-nos para associar-nos aos sofrimentos do Crucificado, amém!

José Faustino de Almeida Santos. Graduado em História e Geografia, Mestre em Educação, Professor do Centro Universitário Barão de Mauá e membro do Grupo de Estudos da Localidade – ELO/USP.

Referências,

CORREIA, F. de A. História da Arquidiocese de Ribeirão Preto.

Ribeirão Preto: Arquidiocese de Ribeirão Preto, 1998.

DIOCESE DE APUCARANA (Paraná).

Histórico dos Bispos: Dom Romeu Alberti.

Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2018.

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