Arquidiocese presta homenagem a Frei Fabreti

A Arquidiocese de Ribeirão Preto, a paróquia São Bento e a Catedral Metropolitana organizaram, em 04 de maio, a homenagem e lançamento da biografia do cajuruense Frei Antônio Fernando Fabreti (Frei Fabreti), religioso da Província Franciscana da Imaculada Conceição. A cerimônia aconteceu na paróquia São Bento, em Cajuru, e reuniu ao menos 500 participantes, e teve a presença do arcebispo dom Moacir Silva; do padre Francisco Jaber Zanardo Moussa; do pároco padre Ivonei Adriani Burtia; do padre Nivaldo Aparecido Gil; do padre César Vanderlei Cerri; do padre João Marcos da Silva Carvalho; do padre Leonardo Silva; do historiador Bruno Paiva Meni; da senhora Arinda Fabretti (mãe do Frei Fabreti, e com 92 anos de idade) e demais familiares; e do Frei Marcos Antônio de Andrade, representante da Província Franciscana da Imaculada Conceição.

Uma noite vocacional

Na abertura da noite vocacional e homenagem ao frei Fabreti, o cajuruense padre Francisco Jaber Zanardo Moussa (padre Chico), apresentou as motivações para a organização do evento, entre elas, o exemplo vocacional do religioso. “O nosso arcebispo faz parte da Comissão de Liturgia da CNBB (Regional Sul 1), e esse pedido partiu dele para que fizéssemos a homenagem ao frei Fabreti que foi muito importante para a Igreja no Brasil. Setenta ou oitenta por cento das músicas litúrgicas cantadas na nossa Igreja são do Fabreti. A outra motivação é que neste ano ele estaria completando 70 anos. Outra motivação vocacional, ele é um exemplo para todos nós enquanto vocação, a riqueza, o tesouro que este homem deixou para a Igreja, isto serve como exemplo para todos nós. E uma outra motivação que também nos ajuda a compreender este momento, a nossa gratidão por todas as famílias. A família é muito importante na vida daqueles que seguem um caminho, daqueles que buscam a Deus”, explicou padre Chico.

Na abertura da noite vocacional, o arcebispo dom Moacir Silva, reconheceu o legado da música litúrgica do Frei Fabreti. “Eu queria destacar apenas uma coisa no compositor, e depois de 60 anos do Concílio Vaticano II, frei Fabreti bebeu das orientações do Concílio sobre a liturgia, bebeu da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada liturgia, e aplicou com seu trabalho de compositor as diretrizes do Vaticano II. Daí as belas composições que animam muitas das nossas comunidades pelo Brasil a fora. Posso dizer que na missa da minha ordenação episcopal há quase 20 anos tinha música do Frei Fabreti. Esse foi o seu carisma: colocar em prática através da música os ensinamentos do Vaticano II. Daí a beleza da obra dele que está no Brasil inteiro”, disse dom Moacir.

O historiador Bruno Paiva Meni, um dos organizadores da biografia, conduziu a apresentação dos traços biográficos do Frei Fabreti, intercalado pela participação do Coral Arquidiocesano, que na ocasião passou a ser chamado de “Coral Arquidiocesano Frei Fabreti”, e após breve leitura da recordação da vida do religioso, o coral executava brilhantemente canções do repertório do Frei Fabreti. Ao final da homenagem os participantes receberam o livreto biográfico: “Frei Fabreti: a canção que sobe aos céus”, que traz a “Apresentação” escrita pelo arcebispo dom Moacir Silva; a biografia produzida pelo historiador Bruno Paiva Meni; e uma série de artigos e testemunhos, entre eles: Ir. Míria Therezinha Kolling, icm (1939-2017); Pe. Joãozinho, sjc; J. Thomaz Filho; Frei Clarêncio Neotti, ofm; Maestro Delphim Rezende Porto; Luzia de Cicco; Amanda dos Santos Silva; Fernanda Onofre; e os familiares: Henrique, Guilherme, Francisco, Antônio Fernando, Ana Cláudia.

Família presente agradece o dom de Frei Fabreti

Dom Moacir cumprimenta a senhora Arinda Fabretti

Um dos sobrinhos do homenageado fez a leitura da mensagem escrita por sua avô, Arinda Fabretti, mãe do Frei Fabreti, a qual reproduzimos: “É com a mais terna gratidão que hoje nos reunimos nesta matriz, onde há muitos anos São Bento entronizou o meu filho na vida sagrada com a missão de nos propagar através de sua vivência a verdadeira fé com atitude que nos encantava. Menino que com os mais simples gestos, na mais pura inocência, trazia sempre um pedacinho do céu para enfeitar nossos dias. Desde a mais tenra idade nos apresentou as delícias de ser amigo e fiel ao Menino Jesus, seu companheiro predileto. Juntos brincavam exibindo a plenitude, a verdadeira felicidade. Testemunhávamos estas atitudes, encantávamos com o que víamos, mas não entendíamos o bastante para termos a visão do caminho que seria traçado por nosso menino. O tempo foi passando, nosso menino crescendo, e sua escolha para o ingresso na vida excepcionalmente religiosa também nos surpreendia, somente carregávamos a certeza de que não haveria outro caminho a seguir, senão o da determinação que nos demonstrava. Ao dom da música associou a catequese, foi autor de letras musicais sacras, e não contente as colocou nos mais sublimes tons das notas musicais com as quais até hoje podemos praticar com a verdadeira adoração. Achamos que nosso menino percorreu um curto caminho, só agora entendemos a razão pela qual ele se foi. Se foi cedo, temos a certeza de que é porque Deus o queria bem juntinho Dele triunfar a vitória da ressurreição sobre a morte. E hoje alegres reconhecemos que nosso frei tão vivo vive em cada um de nós entoando seus cânticos, ou que rememoramos seus feitos tão extraordinários na vida religiosa a qual teve a felicidade de viver. A todos o nosso muito obrigado!”.

Saudação franciscana

O frei Marcos Antônio de Andrade, OFM, representante da Província Franciscana da Imaculada Conceição, primeiramente expressou que estava ali e trazia o abraço especial do ministro provincial geral, frei Paulo Pereira, OFM, a todos e especialmente aos familiares do frei Fabreti. “É uma alegria muito grande conhecer a senhora, dona Arinda, uma emoção muito grande, e também os familiares. Quando eu entrei na ordem franciscana, o provincial era o frei Estevão, e ele dizia na nossa profissão religiosa para as nossas mães na Igreja: ‘a mãe de um frade é a mãe de todos os frades’, então a senhora também é”. O religioso também expressou gratidão a Arquidiocese de Ribeirão Preto. “Manifesto a gratidão a Igreja de Ribeirão Preto na pessoa de dom Moacir. Dom Moacir, nossa gratidão por proporcionar este momento tão especial em memória do Frei Fabreti. Ao padre Francisco que não mediu esforços em meio as dificuldades em assumir a empreitada de pesquisar e buscar depoimentos depois de mais de 30 anos. O agradecimento ao historiador Bruno, pois escrever a história do Frei Fabreti é reescrever a história de muitos que conviveram com ele. (…) É reescrever a história do movimento litúrgico no Brasil pós-concílio”, frisou frei Marcos.

O religioso fez menção ao caminho vocacional e fez referência ao despertar vocacional do Frei Fabreti. “Eu dou testemunho que o processo vocacional se dá através do exemplo, e Cajuru continua a dar muitas vocações a Igreja, e acredito que seja pela graça e o exemplo que arrasta os vocacionados. Frei Fabreti eu conheci em 1986 quando eu já estava no primeiro ano de seminário, e ele foi um grande incentivador para que eu continuasse o estudo de música para ajudar na formação musical do povo de Deus. A força e o exemplo do amor pela música de qualidade, pela liturgia e pela formação do povo me encantou através do exemplo do Frei Fabreti. Por fim, gostaria de lembrar que Frei Fabreti foi fundamental para o início de um movimento na história da música litúrgica da Igreja no Brasil, e que passa a ser na noite de hoje o primeiro registro a partir deste livro, é o movimento do canto pastoral, da participação ativa dos fiéis, da música e canto, que encanto e que encanta na ação ritual, expressão da nossa fé e da nossa vivência cristã (…) Frei Fabreti continua vivo e presente entre nós com sua obra deixada, sua vida e suas músicas cantada em todo o Brasil e algumas delas inclusive em nossa América Latina”, testemunhou frei Marcos.

Frei Fabreti: Natural de Cajuru, Frei Fabreti nasceu em 16 de abril de 1954. Ingressou na Província Franciscana da Imaculada Conceição onde professou solenemente os votos perpétuos em 02 de agosto de 1983, e recebeu a ordenação diaconal (permanente) em 15 de dezembro de 1985. Faleceu precocemente aos 38 anos de idade decorrente de uma infecção neurológica. O religioso cajuruense é autor de diversas canções conhecidas e cantadas nas comunidades paroquiais: “Imaculada, Maria de Deus”; “Pelos prados e campinas (Salmo 23)”, entre outras.

Texto e Fotos: Assessoria de Imprensa da Arquidiocese de Ribeirão Preto

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