Jubileu da Cultura e Educação

Caríssimos irmãos e irmãs, nos reunimos, nesta noite memorável, para celebrar o Jubileu da Cultura e Educação, inserido nas alegrias do “Ano Santo”, que tem por tema: “Peregrinos de Esperança”. Não foi por acaso que escolhemos comemorar esta ocasião nesta austera e bela capela, coração deste monumental seminário construído por Dom Luís do Amaral Mousinho; haja vista que, inaugurado em 12 de dezembro de 1961 e, desde sua criação, em 19 de março de 1945, confiado à proteção da Virgem Mãe de Deus, Maria Imaculada, neste ano de 2025, celebramos os seus oitenta anos de fundação.

Neste grandioso complexo predial, hoje, encontram-se instalados três dos maiores tesouros culturais, artísticos, formativos e educacionais de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, a saber: os Seminários Maria Imaculada e o Propedêutico Bom Pastor; o Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (CEARP) que, em 12 de dezembro deste ano, celebrará trinta e cinco anos de afiliação à Faculdade Nossa Senhora da Assunção, PUC/SP, e o Museu Arquidiocesano “Dom Arnaldo Ribeiro”. Para nossa alegria, residem e estudam, aqui conosco, as casas formativas das dioceses de São João da Boa Vista/SP, Jaboticabal/SP e Ituiutaba/MG. Além dessas dioceses, a Diocese de Franca/SP e os religiosos Canossianos também realizam seus estudos no CEARP.

Com o desejo de fecundar o conhecimento humano com a sabedoria divina, na liturgia da Palavra que, a pouco ouvimos e que ainda ecoa em nós, o apóstolo Paulo nos lembrava que a esperança de forma alguma decepciona e que o amor de Deus foi derramado com abundância em nossos corações pela graça e força do Espírito Santo (cf. Rm 5, 5). A esperança e o amor são ferramentas eficazes para a edificação de uma sociedade mais justa, humana e fraterna. No Evangelho, Jesus, abrindo o livro do profeta Isaías, dizia solenemente: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres … e para proclamar um ano da graça do Senhor” (cf. Lc 4, 18-19).

Irmãos e irmãs, não nos esqueçamos que, pelo Batismo e pela unção da Crisma, também recebemos o Espírito do Senhor e, nesse ímpeto, é nossa missão continuar a proclamar o tempo da graça do Senhor. A educação humana e espiritual é um ministério sagrado confiado, em primeiro plano, à família e à sociedade em grau privilegiado, nas várias e diversificadas instâncias educacionais e culturais que são tuteladas pelo Estado. Também à Igreja, em sua ampla ação religiosa, social, formativa, moral e cultural.

O mundo que nos circunda apresenta constantemente avanços tecnológicos e crescimento econômico. Inúmeras são as possibilidades de acesso ao conhecimento e à informação; a internet, que possibilita rápida conexão ao mundo virtual e digital, associada ao uso da Inteligência Artificial, nos apresenta uma nova realidade no campo educacional, com uma gama de possibilidades sadias e inúmeras realidades nefastas e destrutivas. Multiplicam-se os posicionamentos extremistas, as polarizações ideológicas descabidas, o populismo, o nacionalismo xenofóbico e a intolerância ao diferente, gerando, assim, a violação da liberdade e dignidade humana e espiritual, crises e desafios humanitários, guerras que ceifam a vida de milhares de pessoas inocentes e o colapso climático que nos assola com secas severas e chuvas torrenciais.

Neste contexto de grandes possibilidades e desafios, aqui nos encontramos, como educadores e propagadores da cultura e memória, em suas mais diversas áreas, para ser um sinal de fé, esperança e caridade. A educação e a cultura não só humanizam, mas também são caminhos privilegiados de sensibilidade para perceber, de modo acurado, o que acontece à nossa volta e nos potencializa a viver e escrever a história humana, buscando dar respostas pautadas no respeito, no diálogo e na escuta. Também na abertura para a riqueza oriunda de nosso passado, almejando construir um presente vivido como dádiva e possibilitando um futuro seguro e promissor para todos, indistintamente.

Neste ano de 2025, comemoramos, igualmente, os 1700 anos do Concílio de Nicéia (325); que a profissão de fé que emana deste concílio nos inspire a continuar a viver e anunciar o Evangelho de nosso Divino Mestre, Jesus Cristo, em consonância com a Tradição viva da Igreja e atentos ao Magistério do Romano Pontífice, o Papa Francisco, e o Colégio Episcopal.
E não nos esqueçamos de que, na Eucaristia, presença real do Senhor em corpo, sangue, alma e divindade, encontramos o alimento salutar que nutre nossa vida e existência para o anúncio e vivência do Reino de Deus – que também é nosso.

Nosso agradecimento a Dom Moacir Silva por presidir essa augusta liturgia, a todos que participaram conosco desta celebração: as autoridades políticas, professores e professoras das instituições de ensino, em suas variadas etapas, presentes em nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, o corpo docente e discente do CEARP, nossos colaboradores e a todos os demais irmãos e irmãs aqui presentes, nosso abraço, orações e deferência.

Ao Seminário Maria Imaculada, que nos acolhe em sua casa, à Associação Cultural e Educacional Cônego Arnaldo Álvaro Padovani, ao Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, ao Diretório Acadêmico Dom Helder Câmara e ao Museu Arquidiocesano “Dom Arnaldo Ribeiro”, nosso agradecimento pela organização desta esplêndida celebração. Que Deus os abençoe sempre.

Brodowski, 10 de fevereiro de 2025.

Pe. Neuber Johnny Teixeira
Curador do Museu Arquidiocesano

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Neste Ano Jubilar 2025 celebramos o 99º Dia Mundial das Missões. A Campanha Missionária de 2025, coordenada pela Pontifícia Obras Missionárias (POM), traz para reflexão o tema: “Missionários da esperança entre os povos”, escolhido pelo Papa Francisco em sintonia com o Jubileu da Esperança, e o lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5)