Missa em sufrágio do Papa Francisco na Catedral Metropolitana de São Sebastião
Na segunda-feira da Oitava da Páscoa, 21 de abril, a Igreja Católica recebeu com pesar a notícia da morte do Papa Francisco, anunciada pelo camerlengo Cardeal Kevin Farrel, direto da Casa Santa Marta, no Vaticano: “Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja”. O arcebispo Dom Moacir Silva, publicou nota dirigida ao clero e aos fiéis da Arquidiocese, lamentou a morte do pontífice, e convocou a Santa Missa em sufrágio da alma do Papa: “Exorto os fiéis de nossa arquidiocese a uma profunda oração pelo descanso eterno de nosso amado Papa. Neste sentido, convido o Clero e demais fiéis para uma Missa em sufrágio da alma do Papa Francisco hoje, 21 de abril, às 18h30, na Catedral Metropolitana”.
A Catedral Metropolitana ficou lotada para a missa em sufrágio da alma do Papa Francisco. A cerimônia presidida pelo arcebispo dom Moacir Silva reuniu padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, candidatos ao diaconado permanente, e fiéis de várias paróquias da Arquidiocese.
Recordação da Vida
A recordação da vida preparada pela Pastoral Presbiteral lembrou da vivência evangélica do Papa Francisco que nos inspira a sermos testemunhas de Cristo numa igreja em saída. “Queridos irmãos e irmãs, celebrando as alegrias da Páscoa, nesta segunda-feira da oitava Pascal, quis o bom Deus chamar para si nosso amado Papa Francisco, que por sua morte, agora já participa das alegrias do Senhor Ressuscitado vivendo plenamente a Páscoa! O Papa de número 266, eleito em 2013 e que de lá até hoje, nos ensinou com suas palavras e ações a amar Jesus e vivermos o evangelho: com alegria, misericórdia, paz, ternura, diálogo, proximidade e esperança. Nossa Arquidiocese, unida ao nosso arcebispo, cuja nomeação como arcebispo de Ribeirão Preto, no próximo dia 24 de abril, completa 12 anos, sendo ela a 1ª nomeação do então recém-eleito Papa Francisco, para as terras brasileiras, se une em oração pelo descanso eterno do Papa, Bispo de Roma, sucessor de Pedro e Servo dos servos de Deus. Que esta eucaristia e nossas orações sejam o sufrágio pela alma do Pontífice e que Ele que fora peregrino de esperança, chegando agora ao destino, no Paraíso, possa ser acolhido pelo Bom Pastor misericordioso e por sua mãe Santíssima de quem o Papa era filho devoto e descansar em paz e interceder por nós para continuarmos a viver a Alegria do Evangelho como Igreja em saída, e misericordiosa. Hoje além da tristeza e da saudade, queremos com fé e Esperança de vida eterna dizer: muito obrigado Papa Francisco, muito obrigado Senhor Jesus por nos ter dado tamanho presente que foi este servo de Deus ao longo de seus 88 anos de vida e 12 anos de pontificado”.
Papa Francisco: um presente para a Igreja
O arcebispo dom Moacir, na introdução da homilia, se referiu ao papa Francisco como um presente para a Igreja. “Queridos irmãos e queridas irmãs! Estamos aqui reunidos, em comunhão com toda a Igreja, rezando pelo descanso eterno de nosso querido e amado Papa Francisco, que hoje terminou sua peregrinação entre nós. Nesta Eucaristia agradecemos a Deus o presente que foi o Papa Francisco para a Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”.
Dom Moacir comentou o legado do pontífice, principalmente o testemunho, a misericórdia e a preocupação com a fraternidade humana. “Em seu pontificado, o Papa Francisco realizou gestos que traduzem e reforçam suas mensagens para a Igreja e a humanidade inteira. Não só com palavras e documentos, ele apontou para uma Igreja em saída, misericordiosa, que cuida da criação, vive o amor na família e promove a fraternidade humana. Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco nos inspirou com a força dos gestos simples e com a profundidade de seus ensinamentos. Ele nos ensinou que a verdadeira grandeza da Igreja está em sua capacidade de encontro com as feridas da humanidade. Em suas palavras, atitudes e escolhas, fomos conduzidos a um encontro mais autêntico com Cristo, especialmente presente nos pobres, nos migrantes, nos doentes e em todos os que sofrem”.
Um dos pontos recordados pelo arcebispo na homilia abordou a perspectiva trazida por Francisco para a edificação de uma igreja sinodal. “Recordamos com carinho sua presença no Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude de 2013, quando exortou: ‘Não tenham medo de ir e de levar Cristo a todos os ambientes’. Francisco foi, para o nosso tempo, sinal da esperança viva, expressão da ternura do Pai e mensageiro da fraternidade universal (cf. Nota da CNBB). Estamos marcados por uma Igreja Sinodal, graças às iniciativas do Papa Francisco, que teve lucidez para perceber que ‘o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio’. E ele testemunhou isso, de forma especial, quando disse na Nota de acompanhamento do Documento final: ‘Agora o caminho continua nas Igrejas locais e em seus agrupamentos, guardando o Documento Final que foi votado e aprovado pela Assembleia em todas as suas partes no dia 26 de outubro. Também eu o aprovei e, assinando-o, ordenei a sua publicação, juntando-me ao ‘nós’ da Assembleia que, por meio do Documento Final, se dirige ao Povo santo e fiel de Deus’. Ele não publicou uma Exortação Apostólica Pós-Sinodal, o que normalmente acontece depois de um Sínodo; ele colocou sua assinatura no Documento Final, valorizando o caminho sinodal percorrido. Que o seu exemplo nos inspire neste caminho da Igreja, que implica sempre a autêntica escuta da Palavra de Deus”.
Ao concluir a homilia, o arcebispo disse: “Ontem o Papa terminava sua mensagem dizendo: Na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre (cf. Sequência Pascal) e infunde em cada um de nós a certeza de que somos igualmente chamados a participar na vida que não tem fim, na qual já não se ouvirá o fragor das armas nem os ecos da morte. Entreguemo-nos a Ele, o único que pode renovar todas as coisas (cf. Ap 21, 5)! Que o Senhor Crucificado e Ressuscitado conceda, desde já, ao Papa Francisco esta participação na vida sem fim. Amém!”
Rezemos pelo descanso eterno do Papa Francisco: Nas paróquias da Arquidiocese serão celebradas missas em sufrágio pela alma do Papa Francisco. Rezemos pelo conclave e para que o Espírito Santo ilumine os cardeais na escolha do novo pontífice da Igreja.