A sinodalidade missionária na Igreja

No mês de outubro nossas atenções se voltam, de modo especial, para a questão missionária. Temos, no dia 19, o Dia Mundial das Missões. Neste ano, a Pontifícias Obras Missionárias (POM), propõe para reflexão o tema: “Missionários da esperança entre os povos”, escolhido pelo saudoso Papa Francisco, em sintonia com o Jubileu da Esperança, e o lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). O Papa Pio XI, em 1922, criou a Pontifícias Obras Missionárias (POM), e em 1926, instituiu o Dia Mundial das Missões, que é celebrado no terceiro domingo de outubro. De lá para cá a POM organiza anualmente a Campanha Missionária com o objetivo principal de conscientizar os fiéis sobre a importância da missão na Igreja e angariar recursos para apoiar os esforços missionários em diferentes partes do mundo. No Brasil, a Campanha Missionária é uma atividade que, desde 1972, ajuda a fortalecer a identidade missionária da Igreja. É uma iniciativa que acontece em comunhão com o Conselho Missionário Nacional (COMINA) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Sabemos que a Igreja é missionária por natureza, como nos ensinou o Concílio Vaticano II (Ad Gentes, 2). Ela existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Sabemos também que a Igreja nunca deixou de ser missionária. Prova disso é o fato de que hoje partilhamos a experiência cristã, porque alguém nos transmitiu a beleza da fé, apresentou-nos Jesus Cristo, acolheu-nos na comunidade eclesial e nos fascinou pelo serviço do Reino de Deus (cf. DGAE, 35).

A temática da Mensagem do Papa para o 99º Dia Mundial das Missões: “Missionários da esperança entre os povos”, em sua estrutura, apresenta três pontos fundamentais: a Parte Cristológica: Nas pegadas de Cristo, nossa esperança: Jesus, modelo de missionário da esperança; a Parte Eclesial e Sinodal: Os cristãos, portadores e construtores de esperança entre os povos: viver o evangelho em comunidade; e a Parte mística e espiritual: Renovar a missão da esperança: a oração como primeira atividade do missionário. Trata-se de recordar a necessidade de seguir as “pegadas de Cristo, nossa esperança”. O ponto central da mensagem é a esperança, e nos inspira a viver a vocação de batizados na dimensão de mensageiros e construtores da esperança nas pegadas de Cristo.

Assumir a natureza missionária nos leva a sermos os primeiros anunciadores de esperança, e isso exige uma vida de oração como revela o Papa na mensagem: “Os missionários de esperança são homens e mulheres de oração, porque ‘a pessoa que tem esperança é uma pessoa que reza’, como sublinhava o Venerável Cardeal Van Thuan, o qual, graças à força que recebia da oração perseverante e da Eucaristia, manteve viva a esperança na longa tribulação da prisão (cf. F.X. Nguyen Van Thuan, Il cammino della speranza, Roma 2001, n. 963). Não esqueçamos que a oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, ‘a primeira força da esperança’ (Catequese, 20 de maio de 2020)”.

A mensagem ainda nos motiva a viver a sinodalidade missionária da Igreja num caminho de renovação de renovação espiritual e estrutural para tornar a Igreja mais participativa, misericordiosa e missionária, e assim caminhar sob o impulso do Espírito Santo. A Igreja sinodal missionária exige a caminhada conjunta dos cristãos com Cristo, e manifesta concretamente a comunhão no caminhar juntos: “a evangelização é sempre um processo comunitário, como o carácter da esperança cristã (cf. Bento XVI, Carta enc. Spe Salvi, 14). Este processo não termina com o primeiro anúncio e com o batismo, antes continua com a construção de comunidades cristãs através do acompanhamento de cada batizado a caminho nas vias do Evangelho. Na sociedade moderna, a pertença à Igreja nunca é uma realidade adquirida de uma vez para sempre. Por isso, a ação missionária de transmitir e formar a maturidade da fé em Cristo é ‘o paradigma de toda a obra da Igreja’ (Exort. ap. Evangelii gaudium, 15), uma obra que exige comunhão de oração e ação. Volto a insistir nesta sinodalidade missionária da Igreja, bem como no serviço das Pontifícias Obras Missionárias em promover a responsabilidade missionária dos batizados e em apoiar as novas Igrejas particulares. E exorto todos vós – crianças, jovens, adultos, idosos – a participar ativamente na comum missão evangelizadora com o testemunho da vossa vida e oração, com os vossos sacrifícios e a vossa generosidade”.

Em nossa Arquidiocese estamos comprometidos com a sinodalidade missionária, e principalmente, com a aplicação da metodologia da ‘Conversa no Espírito’. Caminhamos para realizar a I Sessão da 16ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, em 15 de novembro, em estilo sinodal, participativo, iluminados pela Síntese da Pré-assembleia arquidiocesana de Pastoral, ocorrida em 28 de outubro de 2023, e que traz em um de seus aspectos a Missão, e ali encontramos essa importante reflexão: “As luzes que foram lançadas em todo o itinerário percorrido pela Pré-assembleia, trouxe à tona a questão da dimensão missionária inerente à vivência cristã: “Precisamos ser mais missionários”. “O Sínodo nos coloca em ação missionária: irmos ao encontro daqueles que estão longe da Igreja”. “Todos devemos viver o protagonismo da Missão”. “Todos os batizados são missionários, mas muitos não sabem que o são”. “Viver um processo vivencial e missionário sem reservas, prevalecendo a caridade”. “A natureza da Igreja é ser missionária, porém não saímos da zona de conforto”.

Por fim, recordo a todos: o Dia Mundial das Missões é dia de oração pelas missões e de colaborar com a nossa contribuição financeira para as obras missionárias da Igreja, participando da Coleta da Campanha Missionária, nas missas paroquiais dos dias 19 e 20 de outubro.

Dom Moacir Silva
Arcebispo Metropolitano

Boletim Informativo Igreja-Hoje
Outubro/2025

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