Dom Moacir preside Missa e Ato de consagração da Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria na Catedral de Ribeirão Preto
Na sexta-feira, 25 de março, festa da Anunciação do Senhor, na missa das 18h30, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, em Ribeirão Preto, o Arcebispo Dom Moacir Silva se uniu ao Papa Francisco e às outras dioceses e arquidioceses do mundo inteiro, para em comunhão, realizar o ato o ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. Concelebraram o pároco da Catedral, padre Francisco Jaber Zanardo Moussa; o vigário da Catedral, padre Igor Fernando; o capelão hospitalar, padre Josirlei Aparecido da Silva; e o padre Egg Cabral da Fonseca Clemente.
Na introdução da homilia, Dom Moacir, enfatizou a importância dos fiéis estarem reunidos para celebrar a Eucaristia e rezar pela paz mundial. “Estamos aqui reunidos ao redor do altar do Senhor realizando o ato mais importante da nossa fé no dia de hoje, a nossa participação consciente, ativa e frutuosa, na celebração da Eucaristia, pela qual Deus nosso Senhor é plenamente glorificado e nós somos santificados, e fazemos isso em comunhão com toda a Igreja celebrando a solenidade da Anunciação do Senhor, celebrando o mistério da encarnação, fazemos isso em companhia com o Santo Padre que neste dia com toda a Igreja reza pela paz e consagra a humanidade ao Imaculado Coração de Maria, implorando a paz de modo especial na Ucrânia e na Rússia”, sublinhou o arcebispo.
Ao meditar a Palavra de Deus proclamada na liturgia, o arcebispo realçou duas expressões, a primeira da Carta aos Hebreus (10, 4-10): ‘Eis que venho’ e que faz a referência a missão de Jesus, isto é, fazer a vontade de Deus; e a segunda, tirada do Evangelho de Lucas 1,26-38: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ “Na disposição do filho e da mãe coincidente entre si que possibilita a concretização do projeto de Deus. Para nossa vida não é diferente, é nessa disposição de fazer a vontade de Deus, de em tudo cumprir a sua palavra, é que o projeto de Deus para cada um de nós se realiza. Então a disposição é fundamental para a obra de Deus acontecer no meio da humanidade é esta disposição de Cristo e entrar no mundo: ‘Eis que venho para fazer a tua vontade’ ”, frisou Dom Moacir.
O arcebispo ao falar do mistério da encarnação convidou os fiéis a deixar Jesus transparecer mais em nossas ações. “Celebrar o mistério da encarnação eleva a nossa condição humana e por outro lado nos convida ao esvaziamento de nós mesmos para que Jesus transpareça mais no nosso modo de ser e agir. O mistério da encarnação também nos convida a vivermos a encarnação na realidade, isto é, ter os pés no chão da realidade com os desafios que ela nos traz, e assim, esvaziando-nos de nós mesmos e deixando Jesus transparecer mais em nós, encarnando-nos mais na realidade em que nós estamos podemos dar a nossa contribuição para que a realidade seja transformada”, explicou Dom Moacir.
Ao concluir a homilia, Dom Moacir motivou os fiéis a viverem intensamente a vontade de Deus a exemplo de Maria: “Que o Senhor nos conceda a graça desse esvaziamento, nos conceda a graça dessa abertura diante da vontade de Deus, diante da postura de Maria de total disponibilidade para cumprir o projeto de Deus e assim possamos avançar em nosso dia a dia no caminho de nossa santificação”, concluiu o arcebispo.
Consagração ao Imaculado Coração de Maria
Antes dos ritos finais, Dom Moacir e os concelebrantes se dirigiram até a imagem do Imaculado Coração de Maria, para rezar a oração de consagração.
Eis um pequeno trecho da oração:
Ó Mãe, esta nossa súplica:
Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;
Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;
Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;
Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;
Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;
Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;
Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;
Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.
O clamor do Papa Francisco pela paz
A invasão da Ucrânia pela Rússia completou um mês em 24 de março, e o conflito bélico tem deixado marcas profundas e dolorosas, como expressou o Papa Francisco na oração do Ângelus, no domingo, 27 de março: “Já passou mais de um mês desde o início da invasão da Ucrânia, desde o início desta guerra cruel e insensata que, como todas as guerras, representa uma derrota para todos, para todos nós. Há necessidade de repudiar a guerra, lugar de morte onde os pais e as mães enterram os filhos, onde os homens matam os seus irmãos sem sequer os ver, onde os poderosos decidem e os pobres morrem.
A guerra não só devasta o presente, mas também o futuro de uma sociedade. Li que, desde o início da agressão contra a Ucrânia, em cada duas crianças uma foi deslocada do país. Isto significa destruir o futuro, provocar traumas dramáticos nos mais jovens e inocentes entre nós. Eis a bestialidade da guerra, um ato bárbaro e sacrílego!
A guerra não pode ser algo inevitável: não nos devemos habituar a ela! Ao contrário, devemos converter a indignação de hoje no compromisso de amanhã. Pois, se sairmos desta vicissitude como antes, seremos de certa forma todos culpados. Perante o perigo da autodestruição, que a humanidade compreenda que chegou o momento de abolir a guerra, de a cancelar da história do homem, antes que ela elimine o homem da história.
Peço a todos os líderes políticos que reflitam sobre isto, que se comprometam nisto! E, olhando para a atormentada Ucrânia, que compreendam que cada dia de guerra torna a situação pior para todos. Por isso, renovo o meu apelo: basta, paremos, que se calem as armas, trabalhemos seriamente pela paz! Rezemos novamente, sem nos cansarmos, à Rainha da Paz, a quem consagramos a humanidade, especialmente a Rússia e a Ucrânia, com grande e intensa participação, pela qual agradeço a todos vós”.