No trânsito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o bispo diocesano de Itapetininga, Dom Luiz Antônio Lopes Ricci, presidiu a Eucaristia na Capela do Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba. A Celebração, na manhã de quarta-feira, dia 4, marcou a abertura da segunda etapa da 87ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Como é bom, juntos, ouvir o que Jesus acabou de dizer: que todos sejam um”, disse o religioso.
Saudando os irmãos no Sacramento da Ordem e os irmãos no Sacramento do Batismo, Dom Luiz deu a dimensão da sinodalidade que tem permeado as discussões; “período vivido na alegria Pascal, mas muito intenso na realidade eclesial”, fazendo referência ao fim do pontificado do Papa Francisco e início da missão de Leão XIV. “Uma Assembleia como essa é uma expressão do cuidado de Deus”, completou o bispo.
“Nós levamos as pessoas para Cristo”
Considerando que a “sinfonia entre nós é possível quando o Espírito Santo é o regente. Vós que viestes até nós pelo caminho do amor, fazei irmos até Vós pelo mesmo caminho”, suplicou o bispo.
Primeiras sessões
Ainda na manhã do segundo dia de Assembleia, os bispos paulistas se reuniram em sessão reservada para encaminhar, entre outras prioridades, a eleição da nova presidência. O arcebispo de Ribeirão Preto e, até aqui, presidente interino do Regional Sul 1, Dom Moacir Silva, foi confirmado no posto. O bispo de São Carlos, Dom Luiz Carlos Dias, assumirá a vice-presidência do Regional. O bispo auxiliar de São Paulo e secretário da Entidade, Dom Carlos Silva, seguirá na função. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo diocesano de Piracicaba, foi indicado ao Conselho Fiscal da Entidade.
Diretrizes Gerais
Como realizar uma Assembleia Diocesana a partir das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) em perspectiva sinodal? A pergunta foi apresentada como “norte” da partilha realizada pelo secretário-executivo do Setor de Campanhas da CNBB, Pe. Jean Poul Hansen. Segundo ele, “as Diretrizes apresentarão a ‘tenda’ como sinal. A flexibilidade da tenda nos ajuda a modificar, mudar de lugar e migrar a cada nova direção dada por Deus”, sintetizou o Presbítero.
Ainda falando aos coordenadores de pastoral das Dioceses e Arquidioceses Paulistas, o Pe. Jean Poul recordou aspectos apoiados na comunhão, participação e missão. Segundo ele, “é porque somos partícipes da comunhão eclesial é que somos enviados à missão”, disse.
Circulando pelos diversos capítulos da proposta de DGAE, a ser efetivada a partir de 2026, o expositor sublinhou os agentes eclesiais e suas contribuições no contexto. Recordando que o primeiro sujeito da missão é a Igreja local, especial atenção foi dedicada aos leigos, às mulheres, crianças, adolescentes e jovens, pessoas com deficiências, famílias, idosos e enfermos, migrantes, vida consagrada, ministros ordenados e ministros leigos. Diante de tantas realidades, “nós não podemos praticar a lógica do descarte”, alertou o presbítero.
Caminhos da missão
Iniciação à Vida Cristã, Comunidades de discípulos missionários, Liturgia e piedade popular, e cuidado da criação se apresentam como as quatro “balizas” para a formulação dos futuros planos de pastoral locais. “A única prioridade das novas Diretrizes são as comunidades de discípulos missionários. Eu penso que aqui nós temos um grande desafio pastoral”, sublinhou o Pe. Jean Poul. “Celebração, Catequese, círculo bíblico, corresponsabilidade e compromisso de transformação social” são, segundo o padre, os cinco “cês” da ação evangelizadora.
Resgate
“O sínodo é um dos mais precisos legados da última sessão conciliar”. Resgatando pensamento do Papa Francisco, o Pe. Jean Poul recordou que, para efetivação do espírito sinodal, não se pode ter pressa ou ideias previamente estabelecidas.
Considerando que os processos são mais importantes que os resultados contabilizáveis, o padre ofereceu pistas para uma Assembleia Diocesana que não figure como simples evento. “Nós somos frutos de um processo ou de um evento?”, provocou o expositor. Ainda no contexto das pistas, o assessor recordou que o Espírito Santo deve ser o protagonista do processo sinodal. “Em tudo, em tudo, buscar o discernimento que uma simples votação”, concluiu o Pe. Jean Poul.