Desafios Pastorais

A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, acontecida em novembro de 2021, apresenta 12 desafios pastorais, para serem trabalhados nos próximos anos.

1. Reconhecer e valorizar o papel dos jovens na comunidade eclesial e na sociedade como agentes de transformação.
Estruturar com os jovens um processo integral de encontro com a pessoa de Jesus, que conduza a um compromisso ativo com a missão evangelizadora da Igreja.
Encorajar o protagonismo e a liderança dos jovens nos diversos processos eclesiais e comunidades juvenis.
Acompanhar os jovens em suas buscas pessoais e em seus compromissos pastorais, políticos e sociais.

2. Acompanhar as vítimas de injustiças sociais e eclesiais com processos de reconhecimento e reparação.
Promover a criação e o funcionamento de organismos diocesanos para a prevenção de abusos sexuais, abuso de consciência e de poder, e cuidados e reparações abrangentes.
Acompanhar os processos de reconhecimento, reparação e justiça através de uma pastoral interdisciplinar.
Prevenir os abusos dentro e fora da Igreja a fim de acompanhar tanto as vítimas como os perpetradores no processo de reparação, reconciliação, cura e criação de ambientes saudáveis e seguros.

3. Promover a participação ativa das mulheres em ministérios, órgãos governamentais, discernimento e tomada de decisões eclesiais.
Criar uma comissão latino-americana, composta por mulheres, para refletir e aprofundar sua participação nos órgãos de decisão da Igreja e na formação dos sacerdotes.
Gerar itinerários formativos nas Igrejas locais que promovam o desenvolvimento integral da mulher e a sua contribuição para a vida e a missão da Igreja.

4. Promover e defender a dignidade da vida e da pessoa humana desde a sua concepção até o seu fim natural.
Promover a “cultura da vida”, reconhecendo Jesus Cristo nos mais pobres.
Promover e tecer redes de ação pastoral para a construção de políticas públicas que garantam o cuidado da vida em todas as suas dimensões e etapas.

5. Aumentar a formação da sinodalidade para erradicar o clericalismo.
Incentivar a participação corresponsável e a valorização dos diferentes carismas na tomada de decisões nos diferentes espaços eclesiais.
Promover uma formação em sinodalidade necessária para a tomada de decisões.

6. Promover a participação dos leigos em espaços de transformação cultural, política, social e eclesial.
Despertar a consciência dos leigos sobre a sua missão na promoção de políticas públicas que tornem possível uma economia mais justa e humana.
Reforçar a formação para a participação, os cuidados e a transformação social, cultural e política.

7. Ouvir o grito dos pobres, excluídos e descartados.
Procurando que as nossas teologias e práticas pastorais encorajem e facilitem a escuta dos gritos dos pobres, interagindo com eles, a fim de tornar visíveis os novos rostos dos excluídos.
Criar processos que tenham um impacto na transformação das causas da pobreza e da insegurança social.
Proporcionar espaços de formação, participação, escuta e diálogo, para que possam ser sujeitos ativos do seu desenvolvimento e discipulado missionário.

8. Reformar os itinerários formativos dos seminários, incluindo temas como ecologia integral, povos nativos, inculturação e interculturalidade e pensamento social da Igreja.
Atualização dos programas acadêmicos dos seminários e das casas de formação da vida consagrada que favoreçam uma formação integral, experiencial, espiritual e teológica inculturada.
Incentivar a interação com o Povo de Deus, a fim de entrar em diálogo com as suas necessidades e realidades.

9. Renovar, à luz da Palavra de Deus e do Concílio Vaticano II, nosso conceito e experiência da Igreja do Povo de Deus, em comunhão com a riqueza de sua ministerialidade, que evita o clericalismo e favorece a conversão pastoral.
Promover uma formação em todas as áreas (seminários, casas de formação, escolas para leigos) sobre uma Igreja sinodal, samaritana e profética, saindo e comprometida com a defesa da vida em nossos Povos.
Implementar estruturas de comunhão e participação nas paróquias que favoreçam a corresponsabilidade na animação missionária e a instauração de sistemas de responsabilização.
Fazer da animação pastoral bíblica uma escola de escuta, discernimento, decisão e avaliação da ação pastoral.

10. Reafirmar e dar prioridade a uma ecologia integral em nossas comunidades a partir dos quatro sonhos da Querida Amazônia.
Denunciando ações que ameaçam a casa comum em cada um dos nossos territórios.
Acolhendo as propostas feitas pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e outras organizações sobre os cuidados da nossa casa comum.
Geração de espaços para processos de sensibilização e formação e projetos concretos para a promoção da conversão ecológica.

11. Promover um encontro pessoal com Jesus Cristo encarnado na realidade do continente.
Promover o conhecimento e o estudo da Palavra de Deus, a fim de configurar-nos à pessoa de Jesus e ao seu projeto, e a partir daí, iluminar a complexa realidade do mundo.
Promover redes sociais e ambientes comunitários como espaços para o encontro com Jesus Cristo e a contemplação da realidade.
Promover o conhecimento da realidade a partir do lugar dos pobres, dos descartados e dos marginalizados.
A leitura dos sinais dos tempos à luz da Palavra, da história e da própria identidade latino-americana.

12. Acompanhar os povos nativos e afrodescendentes na defesa da vida, da terra e das culturas.
O reconhecimento dos povos nativos e dos povos de origem africana como protagonistas da inculturação do Evangelho, do encontro com as sementes da Palavra a partir das suas visões de mundo e do trabalho em defesa da vida, da terra e das culturas.

Deixemo-nos interpelar por esses desafios em nossa ação evangelizadora.

Dom Moacir Silva
Arcebispo Metropolitano

Boletim Informativo Igreja-Hoje
Março/2022

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