Dia Nacional da Juventude reuniu 2 mil jovens em Ribeirão Preto

Dia Nacional da Juventude reuniu 2 mil jovens em Ribeirão Preto

A manhã chuvosa de domingo, 20 de outubro, após longo período de estiagem e queimadas na região de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, e em diversos lugares do Brasil, não desmotivou a juventude arquidiocesana a participar do Dia Nacional da Juventude (DNJ), e sim foi um motivo de comemoração, alegria e bênçãos. Com o tema “Fraternidade e Amizade Social”, em sintonia com a temática da Campanha da Fraternidade 2024, mais de 2 mil jovens provenientes das paróquias da arquidiocese estiveram presentes no Centro Social Urbano (CSU) da Vila Virgínia, em Ribeirão Preto, para juntos celebrar, rezar, conviver, partilhar alegrias, dores, esperanças, desafios, e caminhar juntos na proposta de rejuvenescer a Igreja Particular de Ribeirão Preto.

A edição deste ano esteve sob a responsabilidade da paróquia São Francisco de Assis, do Castelo Branco Novo, do Setor Juventude da Arquidiocese de Ribeirão Preto, e sobretudo da comunidade paroquial e dos jovens da paróquia (Jovens de Assis), e outros colaboradores, que não mediram esforços para organizar a infraestrutura com disposição, coragem, fé e esperança um encontro fraterno da juventude arquidiocesana. O resplendor do padroeiro São Francisco de Assis, em tempos de mudanças climáticas, revelou no encontro juvenil a preocupação em refletir a Casa Comum, e os jovens puderam levar para suas paróquias mudas de árvores distribuídas para serem plantadas como símbolo do DNJ. No ambiente também era possível encontrar banners de 12 santos jovens exemplificados pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica pós-sinodal “Christus vivit” sobre os jovens. Uma sala serviu como capela e os jovens puderam rezar diante do Santíssimo Sacramento, e alguns padres ficaram disponíveis para o atendimento de confissões. Na programação do evento o início com a missa presidida pelo arcebispo dom Moacir Silva, momentos com apresentações artísticas, testemunhos e motivações, cultura do encontro, pregações, Adoração Eucarística e a Festa das Juventudes.

Construir pontes na dinâmica da ecologia integral

O assessor jovem do Setor Juventude, Vinicius Fabbio Carrocini, falou da importância de reunir a juventude para celebrar o Dia Nacional da Juventude. “Esse é um dia celebrativo, é um dia que nós contemplamos o trabalho do ano inteiro. Então, nós reunimos os jovens que trabalham o ano inteiro, em grupos pequenos, às vezes com todas as dificuldades, para que eles cheguem hoje e possam celebrar algo maior juntos. É um dia de fato muito importante para a gente poder olhar para a juventude que às vezes está tão separada, parece fragmentada, e nem sempre consegue estar todo mundo junto”, disse Vinicius.

Para o assessor do Setor Juventude, padre Vinícius Martins Cestari, a temática escolhida para o DNJ deste ano propõe a amizade social, e principalmente a construção de pontes no sentido de caminharmos juntos. “Nós estamos celebrando o Dia Nacional da Juventude, providencialmente Dia Mundial das Missões, e como é importante neste ano em que a Campanha da Fraternidade nos convidou a tratar da Amizade Social, e assim trazer para os nossos jovens esta mensagem da importância de construir pontes que favoreçam a amizade social dentro da dinâmica de uma ecologia integral sendo acolhidos pela paróquia São Francisco de Assis. É bonito ver a paleta de cores da nossa juventude, das nossas juventudes, que somam forças, apesar das suas diferenças, não para erguer muros, mas para construir pontes como o Papa Francisco tem nos proposto”, expressou padre Vinícius.

Seguir Jesus implica servir a todos

A celebração Eucarística deu início ao Dia Nacional da Juventude. O arcebispo dom Moacir Silva presidiu a missa que foi concelebrada pelos padres: Antônio Élico de Souza (Pitico), Vinícius Martins Cestari, Luís Gustavo Benzi, Sergio Donizetti Carmona, Leonardo Oliveira Silva, e os serviços litúrgicos do diácono William Peterson de Andrade.

Recordar a Vida: A recordação da vida lembrou da caminhada histórica do Setor Juventude e da importância de caminharmos juntos em espírito sinodal. “Quantos jovens dos quatros cantos da nossa arquidiocese numa paleta de cores que nos faz celebrar as tantas expressões juvenis aqui representadas. Apesar das nossas diferenças, das multicores, dos tantos carismas, buscamos sinodalmente a comunhão, a missão e a participação para que como peregrinos da esperança a juventude seja marcada pela busca incessante da santidade, em um rosto e um nome que reúne a humanidade inteira: Jesus Cristo. O Setor Juventude desde a sua criação vem se renovando e inovando, reconstruindo e construindo, tomando as suas forças nas tantas mãos que ajudaram a compor o que hoje somos. Neste itinerário histórico aprendemos muito, crescemos muito. Nossa história não começa hoje. São mãos unidas das juventudes que trabalham há tempos incansavelmente. Nestes anos de modo especial acolhemos das mãos de nosso arcebispo dom Moacir dois ícones: um deles, símbolo da vitória, da vida, é o trono que Jesus escolheu para o seu reinado: a cruz; o outro ícone completa a cena evangélica em que a mãe está aos pés da cruz: Maria sempre nos ensina a permanecer como discípulos aos pés da cruz, é Mãe, a Senhora Aparecida, rainha e padroeira do Brasil”.

Na homilia, dom Moacir, ressaltou o serviço como a identidade do seguimento de Cristo. “A Palavra de Deus, hoje nos convida a um aprofundamento sobre Jesus Cristo, nos convida a melhorar nossa visão sobre Jesus Cristo, para podermos segui-lo melhor. Na primeira parte do Evangelho, encontramos Tiago e João, que ainda não tem uma visão correta sobre Jesus Cristo: pensam ainda num Messias poderoso, com trono e reino, à maneira dos reinos deste mundo; eles não tinham percebido ainda que o Messias era Servo. Na segunda parte do Evangelho, Jesus se define com Servo: O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate para muitos. Toda a sua vida, desde a Encarnação até a morte foi um serviço à humanidade. Sua morte foi o ponto alto deste seu serviço prestado a todos e cada um de nós”.

Dom Moacir ainda apontou a importância de vivermos o serviço na família, na escola, no trabalho e na sociedade como testemunho vivo de Cristo. “Jesus Cristo é o servidor do Pai e servidor dos irmãos: O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir. Jesus se define como servidor e se apresenta para todos e cada um de nós como modelo de serviço aos irmãos. A frase ‘o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos’ (Mc 10,45) resume admiravelmente a existência humana de Jesus. Desde o primeiro instante, Ele recusou as tentações da ambição, do poder, da grandeza, dos aplausos das multidões; desde o primeiro instante, Ele fez da sua vida um serviço aos pobres, aos desclassificados, aos pecadores, aos marginalizados, aos últimos. O ponto culminante dessa vida de doação e de serviço foi a morte na cruz – expressão máxima e total do seu amor aos homens. É preciso que tenhamos a consciência de que este valor do serviço não é um elemento acidental ou acessório, mas um elemento essencial na vida e na proposta de Jesu. Ele veio ao mundo para servir e colocou o serviço simples e humilde no centro da sua vida e do seu projeto. Trata-se de algo que não pode ser ignorado e que tem de estar no centro da experiência cristã. Nós, seguidores de Jesus, devemos estar plenamente conscientes desta realidade”, expressou o arcebispo.

Ao recordar o Dia Mundial das Missões, dom Moacir, convocou os jovens a serem missionários e testemunhas do Evangelho de Jesus Cristo. “Hoje, Dia Mundial das Missões, lembramos o ensinamento do Papa Francisco: ‘Enamorados por Cristo, os jovens são chamados a dar testemunho do Evangelho em toda parte, com a sua própria vida. Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos a todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nossos olhos mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenhais medo de ir e levar Cristo a todos os ambientes, até às periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor’. E convida-nos a levar, sem medo, o anúncio missionário aos locais onde nos encontrarmos e às pessoas com quem convivermos: no bairro, no estudo, no esporte, nas saídas com os amigos, no voluntariado ou no emprego, é sempre bom e oportuno partilhar a alegria do Evangelho. Por fim, peçamos ao Senhor a graça de vivermos o seguimento de Jesus Cristo que não veio para ser servido mas para servir no nosso dia a dia. Assim Seja!”, concluiu o arcebispo.

Agradecimentos

Antes dos ritos finais da missa, o padre Luís Gustavo Benzi, pároco da paróquia anfitriã do DNJ, paróquia São Francisco de Assis, e Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, expressou antecipadamente a gratidão por todos que se dedicaram a colaborar na organização do DNJ. “Nós gostaríamos, já no início, de agradecer a presença de cada um de vocês, jovens, aqueles que também são os seus acompanhantes, as comunidades, as paróquias que se fazem presentes aqui, os movimentos que trazem também as suas representações de juventudes. É muito bonito vermos as cores da juventude da nossa Arquidiocese presentes nesta manhã, celebrando aquele que é o ato importante da nossa fé e mais importante ainda do nosso crescimento e da nossa santidade. Agradecer as autoridades aqui presentes, sejam bem-vindas. Obrigado por tudo aquilo que vocês fizeram até agora para nos ajudar a realizar este DNJ. Esperamos contar sempre com vocês, sobretudo naquilo que for importante, necessário, digno e justo para as nossas juventudes, sejam elas quais forem. Deus lhes pague, sejam sempre bem-vindos. A Paróquia São Francisco os agradece. A Marina e o Vinícius (Jovens de Assis), que tomaram à frente, juntamente com a Ingrid e com outro grupo, a minha gratidão especial na condução destes trabalhos, e eles agora também, em nome deste grupo que preparou o DNJ, nos ajudam a agradecer aqueles que aqui se fazem presentes”, agradeceu padre Gustavo.

Na continuidade o padre Vinícius Cestari estendeu os agradecimentos em nome do Setor Juventude. “Se hoje somos mais de 2 mil jovens, é porque houve dedicação da paróquia São Francisco, do Setor Juventude e de tantas mãos que se dispuseram. Eles há meses vêm trabalhando no Dia Nacional da Juventude, na divulgação, no preparo, no cuidado com cada detalhe que hoje vocês aqui vão experimentar. Por isso, padre Luís Gustavo, em nome do Setor Juventude, obrigado. Agradeço de coração, porque se hoje tem essa paleta de cores, é porque o Senhor ajudou a formar essa aquarela”, concluiu padre Vinícius.

Gesto Concreto

Terminada a missa, o padre Luís Gustavo se dirigiu aos jovens para uma breve explicação do gesto concreto do DNJ 2024, em sintonia com o tema “Fraternidade e Amizade Social”, e especialmente unido ao padroeiro da paróquia anfitriã São Francisco de Assis. “Nós não conseguimos levar vocês à paróquia, mas nós queremos trazer um pouco da paróquia para, sobretudo, compartilhar com vocês a enorme espiritualidade de São Francisco de Assis, que lá nos anos de 1983 foi colocado como o padroeiro daquela comunidade. Ele vive a amizade na sua complexidade total e consegue fazer isso graças ao seu amor por Jesus Cristo. Neste ano nós celebramos os 800 anos da estigmatização de São Francisco. Faz 800 anos que ele recebeu em seu corpo as marcas das chaves de Jesus. E isso foi um prêmio que o próprio Jesus lhe deu e ele vive em fraternidade com toda a obra da criação. Ao chegarem aqui vocês recebem uma caneca e como um gesto de compromisso e cuidado com a ecologia vocês devem usá-la hoje e por quanto tempo quiserem para o consumo da água. E um outro gesto concreto também de cuidado com a ecologia como nos ensina São Francisco, ao final do dia nós vamos entregar para cada cidade da nossa arquidiocese uma árvore, uma muda de árvore para que seja plantada na cidade de vocês e se torne a árvore da juventude. E, neste momento dom Moacir vai plantar uma árvore aqui no CSU para ser a árvore da juventude. A árvore do Dia Nacional da Juventude”, finalizou padre Gustavo.

Conexão Juventude

A jovem Letícia Mendes, da paróquia Santa Luzia, na Vila Lobato, em Ribeirão Preto, comentou a importância de participar do DNJ. “Para a gente participar de um evento como esse aqui permite sair um pouco da realidade da paróquia e encontrar com juventudes de diversas realidade de Ribeirão Preto que às vezes não temos contato, e aqui conhecemos muita gente, tem um ambiente de conexão entre a galera, e também para o nosso grupo é um momento de aprender mais, de entender outras realidades, e além disso a gente como paróquia é sair um pouco da nossa realidade e entender o que outros grupos estão fazendo, fazer amigos, conhecendo outras pessoas, e por isso a gente incentiva tanto a galera a participar”, disse Letícia.

Para o jovem João Pedro Moura Penha, do Grupo de Jovens Católicos Mensageiros da Cruz, da paróquia Senhor Bom Jesus do Bonfim, de Bonfim Paulista, destacou a importância da juventude sonhar e estar unido aos outros jovens. “Os jovens nunca podem deixar de sonhar, e o sonho no nosso coração é uma coisa muito importante, e esse dia nos ajuda, nos anima e nos fortalece e traz Jesus para perto de nós para que consigamos trilhar. Nessa fase da juventude é bem complicada e tem muitas adversidades, muitos desafios, depressão, aflições, mas os jovens aqui eles estão numa casa consoladora, que preza pela segurança, pelo amor de Jesus Cristo. Você estando na casa de Jesus não é preciso mais nada. Eu tenho certeza de que qualquer jovem aqui vai ter amor ao próximo e ajudar ao outro”, destacou João.

DNJ 2025: No encerramento do encontro foi anunciado a paróquia São Bento, em Cajuru, como organizadora da próxima edição do Dia Nacional da Juventude, a ser celebrado em 19 de outubro de 2025. Até lá!

Texto e Fotos: Assessoria de Imprensa da Arquidiocese de Ribeirão Preto

Veja também: