De 25 a 29 de abril, o episcopado brasileiro participou da primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AGCNBB), no formato virtual por meio da plataforma Zoom. Este encontro é sinal e instrumento de colegialidade, do afeto episcopal e da busca de comunhão entre as Igrejas particulares do país, especialmente no âmbito da ação evangelizadora. Nesta etapa virtual foram tratados os assuntos que exigem dos bispos reflexão e discernimento. As votações e outras temáticas específicas serão tratadas na segunda etapa presencial, a ser realizada de 29 de agosto a 2 de setembro, em Aparecida (SP). Participaram do evento cardeais, arcebispos, bispos diocesanos e auxiliares, coadjutores, além dos bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja que são convidados. Atualmente, segundo dados da Secretaria Técnica da CNBB, a Igreja Católica no Brasil possui 278 circunscrições eclesiásticas, um total de 478 bispos hoje, dos quais 317 exercendo alguma missão e função de governo pastoral mais 161 bispos eméritos (aposentados).
Tema central
A 59ª Assembleia Geral refletiu o tema central: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”, em sintonia com o processo do Sínodo 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco. A temática também esteve relacionada às celebrações dos 70 anos de criação da CNBB, as quais tiveram início justamente nesta assembleia e vão se estender até o mês de outubro, quando se comemora o aniversário da Conferência.
Arcebispo
O arcebispo Dom Moacir Silva participou e contribuiu com a assembleia acompanhando todas as atividades trabalhadas no decorrer da semana, inclusive conduziu a sessão da manhã do segundo dia (26) da assembleia, que retomou o caminho de revisão estatutária percorrido até o momento. Segundo dom Moacir, desde 2018, a Comissão de Redação do Estatuto está trabalhando sobre o texto, a partir do que foi pedido pela Santa Sé. O processo de revisão do Estatuto é conduzido por uma Comissão de Redação, formada pelo arcebispo de Ribeirão Preto (SP), dom Moacir Silva; pelo bispo auxiliar de Brasília (DF), dom José Aparecido Gonçalves de Almeida; e pelos padres Ewerton Fernandes Moraes, Tarcísio Pedro Vieira, Alberto Montealegre e Valdir Manoel dos Santos.

Abertura
A missa de abertura, na manhã de segunda-feira, 25 de abril, presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, abriu a assembleia e situou o encontro no horizonte celebrativo dos 70 anos de criação da Conferência Episcopal e dos 15 anos da Conferência de Aparecida, além do processo sinodal vivido pela Igreja.
No início da assembleia, o núncio apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, dirigiu uma mensagem ao episcopado, trouxe a saudação do Papa Francisco, e destacou o compromisso do episcopado e de toda a Igreja no Brasil com a evangelização e com a renovação “seguindo o convite do Papa”.
Temas da Assembleia
Durante os cinco dias da 59ª Assembleia Geral (59ª AG) uma extensa pauta de trabalho foi desenvolvida. Além do tema central, o episcopado aprofundou também seis temas prioritários, entre eles, o relatório anual do Presidente, o informe econômico e assuntos das Comissões Episcopais para a Liturgia, para a Tradução dos Textos Litúrgicos (CETEL) e para a Doutrina da Fé (CEPDF). Outros 30 temas estiveram na pauta desta etapa virtual e são assuntos de estudo, comunicações, análises de conjuntura e os temas que não exigem votações presenciais do episcopado brasileiro.
1º Dia: 25 de abril
As atividades do primeiro dia da 59ª AG, além da missa e da solenidade de abertura, contaram com a mensagem do núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro. Os temas abordados no decorrer do dia foram: o relatório da presidência, organizado pelo presidente da CNBB, a mensagem do Santo Padre à assembleia e aos bispos do Brasil. Também foram apresentados a análise de conjuntura social: “Os clamores do meu povo. A realidade brasileira de 2022”; as iniciativas da Igreja no Brasil para orientação dos fiéis sobre as eleições 2022, como a publicação da “Cartilha de Orientação Política 2022” inspirada pela Carta Encíclica Fratelli Tutti, especialmente no capítulo V: “A política melhor”; e também o caderno “Encantar a política” produzido pelo Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB), em parceria com outros organismos, com o objetivo de contribuir para a formação da consciência do eleitor brasileiro, por meio de um processo que o leve a uma leitura crítica e para uma cidadania ativa.
O destaque do período da tarde ficou por conta das reflexões trazidas pelos representantes do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (Inapaz), organismo ligado à CNBB, que apresentaram a análise de conjuntura eclesial com o tema “Aparecida 15 anos depois: contribuições, perspectivas e desafios“.
2º Dia: 26 de abril
No segundo dia, as principais atividades da pauta trataram dos seguintes assuntos: o período da manhã foi dedicado a avaliação e aprimoramento do texto-mártir da revisão do Estatuto da CNBB conduzido por Dom Moacir Silva, presidente da Comissão de Redação do Estatuto. O fechamento dos trabalhos matutinos ocorreu com os informes da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé trazidos por dom Pedro Carlos Cipollini, decorrentes da reunião da comissão realizada em 2 de fevereiro com o tema: “Interpelações à fé cristã e desafios teológicos pastorais, frente à pandemia e a proposta de uma Igreja Sinodal”.
No período da tarde, o enfoque dos trabalhos do episcopado consistiu no preparo de uma mensagem, por meio de uma equipe específica, à Congregação para os Bispos, um dos principais organismos da Cúria Romana e que cuida das dioceses, da nomeação de bispos, visitas “ad Limina” e dos encontros de novos bispos. A sessão também contou com os informes da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, especialmente no que diz respeito à tradução da terceira edição do Missal Romano, e a prestação de contas do Projeto Comunhão e Partilha, prestada pela Comissão para o Projeto Comunhão e Partilha. O projeto que auxilia a manutenção dos estudos de seminaristas de várias partes do Brasil investiu mais de R$ 270 mil em 2021, atendendo a 279 seminaristas de 37 dioceses. O Ano Jubilar Missionário, que teve abertura oficial em novembro de 2021, e a comunicação da Comissão para os Bispos Eméritos, também estiveram na pauta, bem como outros assuntos.
Um momento importante nas reflexões da assembleia ocorreu na noite da terça-feira, com a reunião dos Bispos referenciais da comunicação na Igreja no Brasil se reuniram com a presidência da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, para um momento de partilha sobre as diversas atividades desenvolvidas.
3º Dia: 27 de abril
A pauta do terceiro dia da assembleia começou com a reflexão do tema central: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”. A apresentação foi feita pelo arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão para o Tema Central, dom Leomar Antônio Brustolin, a partir do método escutar, discernir e agir. Outros temas foram abordados na pauta como a avaliação positiva da Campanha da Fraternidade 2022 que trouxe o tema “Fraternidade e Educação”. Os bispos ressaltaram a importância do empenho das dioceses realização de gestos concretos a partir dos recursos da Coleta Nacional da Solidariedade que fica na Igreja Particular. Os trabalhos da parte da manhã foram encerrados com as apresentações dos três grandes eventos que acontecerão em 2022 e que marcarão a vida e caminhada da Igreja no Brasil: 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, que se realizará em Brasília (DF), de 14 a 16 de outubro; o 18º Congresso Eucarístico Nacional, que se realizará em Recife (PE), de 11 a 15 de novembro; e a abertura do 3º Ano Vocacional, em âmbito nacional, em 19 de novembro de 2022.
Uma das sessões do período da tarde foi dedicada à reflexão por regionais, em salas específicas, entre a relação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023) e o Sínodo 2023. Após a reunião em salas específicas, os regionais apresentaram a reflexão sobre as perguntas: “Em que medidas as atuais DGAE contribuem para uma Igreja Sinodal? Que aspectos devem ser mantidos e repensados? Que outros aspectos devem ser considerados?”
4º Dia: 28 de abril
No penúltimo dia da primeira etapa da 59ª AG, a sessão da manhã foi marcada por um momento de Leitura Orante da Palavra e pelos informes de Comissões. O momento de reflexão e oração dos bispos foi conduzido pelo bispo de Araçuaí (MG), dom Esmeraldo Barreto de Farias. A leitura orante foi a partir da passagem bíblica do início do capítulo 10 do livro dos Atos dos Apóstolos, o trecho que narra a visão de Cornélio, em Cesaréia, e a visão de Pedro, em Jope. Outra motivação para a reflexão foram os 70 anos da CNBB. Os bispos puderam partilhar o que meditaram e rezaram.
Após a oração, foram iniciadas as partilhas com a apresentação de materiais produzidos em vista da conscientização dos fiéis e pessoas de boa-vontade a respeito das eleições 2022: a cartilha de orientação política do Regional Sul 2 e o caderno Encantar a Política. Outros temas da pauta foram apresentados: a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB apresentou propostas de critérios e itinerários a respeito da instituição do ministério de catequista, de acordo com a Carta Apostólica Antiquum Ministerium, do Papa Francisco. A Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé partilhou sua atuação, com destaque para a apresentação do subsídio doutrinal número 12 – “Vida Dom e Compromisso I – Fé cristã e opção preferencial pelos pobres”. A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Inter-Eclesial partilhou a programação prevista, bem como os objetivos do Ano Jubilar Missionário. E, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, destacou a proposta do Vaticano para a celebração do X Encontro Mundial das Famílias em todas as dioceses do mundo, em comunhão com a programação em Roma.
Em uma das sessões da tarde, houve a reflexão e o lançamento do livro “A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e seus impactos nas dioceses” pelas Edições CNBB. A publicação é resultado das discussões e perguntas levantadas e sistematizadas a partir de três encontros realizados pela CNBB. Também no período da tarde ocorreram comunicações sobre as iniciativas de comemoração a respeito dos 70 anos da CNBB e informes gerais dos regionais da entidade.
5º Dia: 29 de abril
O último dia de atividades da 59ª AG foi marcado pela divulgação da tradicional “Mensagem da 59ª Assembleia Geral da CNBB ao Povo Brasileiro”. O texto apresenta “uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil”. Os bispos lembraram da solidariedade para a superação da pandemia, agradeceram às famílias e agentes educativos pelo cuidado no campo da educação e dedicaram reflexões sobre a realidade do país, cujo quadro atual “é gravíssimo”. Para os bispos, “o Brasil não vai bem!”.
A última Coletiva de Imprensa da 59ª AG trouxe um balanço final do encontro do episcopado brasileiro da presidência da entidade. O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo agradeceu e reverenciou o trabalho dos jornalistas e a importância dos veículos em fazer a comunicação da assembleia chegar a mais pessoas. Dom Walmor agradeceu também a oportunidade para compartilhar o que foi vivido nos cinco dias da primeira etapa da 59ª AG CNBB, etapa que aconteceu de forma on-line com a participação remota dos bispos e arcebispos. O arcebispo reforçou o convite para a segunda etapa da assembleia, a ser realizada presencialmente no final de agosto em Aparecida (SP). “É importante enaltecer a importância da comunicação num contexto de notícias falsas e a gente compartilhar a vida da CNBB, algo que acontece desde a sua origem nos seus 70 anos”, disse.
Colaboradores da Assembleia
A primeira etapa on-line da 59ª AG CNBB foi realizada em duas sessões (uma pela manhã, das 8h às 12h) e outra no período da tarde (das 14h às 17h). Na sede da CNBB, em Brasília (DF), trabalharam na preparação do evento a Secretaria Técnica, Tecnologia da Informação, o Financeiro, a Contabilidade, o Centro de Documentação e Informação (CDI), Compras, Assessoria de Comunicação e alguns assessores das Comissões Episcopais. Todos foram supervisionados pelo secretário-geral, dom Joel Portella, e pelo subsecretário adjunto geral da entidade, padre Patriky Samuel Batista.
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