Dom Moacir participa da última reunião do Conselho Permanente da CNBB 2024

Dom Moacir participa da última reunião do Conselho Permanente da CNBB 2024

De 19 a 21 de novembro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), aconteceu a última reunião do Conselho Permanente da CNBB de 2024.  foi iniciada na manhã desta terça-feira, em Brasília (DF). O arcebispo Dom Moacir Silva, Assessor Canônico integrante do Secretariado Geral da CNBB, participa da reunião.

Conselho Permanente da CNBB aprova atualização do documento da Pastoral Afro-Brasileira às vésperas da Consciência Negra

A manhã da última reunião do ano do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi dedicada à reflexão sobre a conjuntura pós eleições municipais conduzida pelo bispo de Carolina (MA), dom Francisco Lima Soares, e a uma reflexão sobre o perfil dos presbíteros na pós-cristandade, desenvolvida pelo bispo de Petrópolis (RJ), dom Joel Portella Amado.

A reunião é coordenada pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, e conta com a participação os membros de direção da CNBB: o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente, dom Jaime Spengler, o arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente, dom João Justino e do arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Paulo Jackson.

Participam os bispos presidentes dos 19 regionais da CNBB, os presidentes das 12 Comissões Episcopais e de Comissões especiais, convidados representantes dos organismos do povo de Deus da Igreja no Brasil e os assessores e assessoras das comissões da Conferência.

Igreja e Esporte

O advogado Pedro Trengrouse, coordenador acadêmico do Programa FGV/Fifa/CIES em Gestão de Esporte participou, a convite da Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB, da reunião do Conselho Permanente para provocar uma reflexão sobre o papel da Igreja na promoção do esporte.

O advogado participou da Conferência Internacional sobre Esporte e Espiritualidade “Colocar a vida em jogo”, organizada pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pela Embaixada da França junto à Santa Sé, realizada de 16 a 18 de maio em Roma. Segundo ele, o cardeal Tolentino apresentou um novo desafio de mobilizar a própria Igreja para o esporte.

Ele apresentou exemplos de devoções pastorais ligadas ao futebol e a ideia do esporte como ferramenta pastoral para promover a promoção de vínculos. O presidente da CNBB ressaltou que o esporte tem grande incidência na vida social do Brasil e da juventude e que pode ser uma porta de entrada para fortalecer o desenvolvimento integral e os vínculos os sociais.

Pastoral Afro-Brasileira

No dia que antecede a Consciência Negra, o arcebispo de Feira de Santana (BA) e referencial da Pastoral Afro-Brasileira, dom Zanoni Demettino Castro, apresentou a proposta de atualização do documento da Pastoral Afro-Brasileira (PAB) e da necessidade de ser assumido pelas dioceses brasileiras. Lembrou que esta caminhada ganhou reforço pela Campanha da Fraternidade de 1988.

A Pastoral Afro está propondo, entre outros pontos, maior valorização cultural e diálogo inter-religioso, organização, e fortalecimento da PAB nos níveis paroquial, diocesano e paroquial. Dom Zanoni lembrou da importância de a CNBB dar uma palavra de cuidado pastoral ao povo negro do Brasil por meio da palavra oficial. O texto foi colocado em votação e aprovado pelos membros do Conselho Permanente da CNBB para se tornar um documento oficial da Conferência.

Gestão da CNBB

O Monsenhor Nereudo Freire Henrique apresentou o resultado do trabalho do Comitê Gestor da CNBB do qual também fazem parte o padre Leandro Megeto e José Luna. Destacou as conquistas recentes como a criação do Departamento de Recursos Humanos (Gente & Gestão), desenvolvimento do projeto de Compliance da CNBB, apresentação do balanço orçamentário (receitas e despesas em 2024) e também o total arrecadado das campanhas da Evangelização 2023 e da Fraternidade 2024. O monsenhor Nereudo partilhou os sentimentos por sua nomeação como bispo auxiliar de Olinda e Recife, afirmando confiar na graça de Deus para esta missão.

Novas diretrizes, Sínodo e as iniciativas do Brasil ao Jubileu 2025 foram destaques do 2º dia do Conselho Permanente

O núncio apostólico do Brasil, Giambattista Diquattro, participou da sessão de abertura do segundo dia da reunião do Conselho Permanente na qual apresentou uma reflexão sobre a sua percepção sobre o encontro dos líderes mundiais na reunião do G20 no Rio de Janeiro.

O arcebispo de Santa Maria, presidente do regional Sul 3 e presidente da Comissão das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), dom Leomar Antônio Brustolin, apresentou aos membros do Conselho Permanente a proposta do texto das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), a serem aprovadas pelo episcopado brasileiro na 62ª Assembleia da CNBB em maio de 2025.

O bispo fez memória do caminho de quase cinco anos para a sistematização final do texto. A proposta do sumário das novas diretrizes foi discutida e emendada pelos membros do Conselho Permanente. Membros do conselho afirmaram perceber que as conclusões do Sínodos sobre a Sinodalidade estão bem assimiladas no texto das diretrizes.

Partilha sobre o Sínodo sobre a Sinodalidade

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Celam, dom Jaime Spengler, deu o ponta pé inicial na partilha sobre a experiência de viver o Sínodo sobre a Sinodalidade. Ele destacou destacou dois pontos como centrais. O primeiro deles, a eclesiologia do povo de Deus, sublinhando a comum dignidade de todos os batizados no exercício dos carismas, vocações e ministérios.

O segundo ponto, destacado por dom Jaime, foi o de que todos as pessoas da Igreja são sujeitos ativos de evangelização. “O Sínodo foi um sinal profético ao mundo para além dos espaços da própria Igreja. Ousaria dizer que o Sínodo começa agora. No centro das preocupações do Papa Francisco está a renovação das nossas relações abraçadas pela misericórdia de Deus”, disse.

O bispo de Camaçari (BA) e presidente do regional Nordeste 3, dom Dirceu de Oliveira, afirmou que o Papa quis que os temas fossem colocados e refletidos de forma orante e a partir da fé, da espiritualidade e do discernimento eclesial para levar à uma conversão dialogal.

A presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira, disse nunca imaginar-se como mulher, negra e do sertão do Brasil estar ali participando do Sínodo. “Para mim foi um estágio de como viver uma Igreja sinodal missionária nos levou a ouvir também a história dos outros. Como cristã leiga eu senti uma alegria de fazer parte da Igreja no Brasil. O sínodo na acaba, ele começa”, disse.

O bispo de Petrópolis (RJ), dom Joel Portella Amado, destacou a criação dos 12 grupos de trabalho sobre temáticas que apresentarão os relatórios até julho de2025. “A escuta em pé de igualdade dos continentes me ajudou a perceber que a Igreja é bem maior que o meu quintal, os meus limites e compreensões. Mais do que as diferenças, aprendemos que sinodalidade é uma vivência de comunhão, concretizada em duas palavrinhas: escuta e participação. Senti muito de perto a presença do Espírito conduzindo a Igreja”, afirmou.

O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner, destacou a diversidade das Igrejas e culturas, o que abre horizontes e faz compreender que a sinolidalidade deve carregar esse traço da Igreja. “Uma das questões significativas foi revisitar e retomar o Concílio Vaticano 2º e também a participação dos delegados fraternos que participaram com direito à voz, o que revela o desejo de voltar à uma comunhão maior”, disse.

Outros assuntos

Foram ainda apresentados e encaminhados pelo Conselho Permanente as iniciativas feitas em torno da participação e preparação da Igreja no Brasil para a vivência do Jubileu da Esperança em 2025, a aprovação como documento de estudo do Projeto Igrejas Irmãs, a continuidade da experiência do projeto CNBB do Timor Leste, o documento nº 85 da CNBB – Evangelização da Juventude e Campanhas da CNBB, 1º Encontro dos Missionários Digitais e 8º Encontro Nacional das Pastoral da Comunicação, Encontro dos Padres em Missão Digital.

Os membros do Conselho Permanente aprovaram as alterações nos regimentos dos regionais Norte 3, Nordeste 2, Leste 2, Sul 3, Nordeste 4, Nordeste 5, Norte 2, Oeste 2, Oeste 1, Leste 1, Leste 3. Dom Odelir José Magri lembrou que o regimento do Sul 4 estava pronto mas terá que ser readequando com a criação das novas províncias eclesiásticas.

Reunião do Conselho Permanente é encerrada com celebração pelos 60 anos do Unitatis Redintegratio

Os bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) encerraram sua última reunião do ano com um momento celebrativo de oração pelos 60 anos do decreto sobre o Ecumenismo Unitatis Redintegratio, do Concílio Vaticano II. O final da reunião também foi marcado pelas partilhas das Comissões Episcopais, dos regionais e de organismos, além de homenagem ao novo cardeal brasileiro eleito pelo Papa Francisco, dom Jaime Spengler.

Unidade dos Cristãos

Considerado o documento que marcou a entrada oficial da Igreja Católica no movimento ecumênico, o decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II, Unitatis Redintegratio, completou seis décadas. O bispo de Ponta de Pedras (PA) e presidente da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB, dom Teodoro Mendes Tavares, deu graças a Deus “por tantas realizações” no campo ecumênico e disse ser um dia muito importante para o trabalho da Comissão.

“Este decreto conciliar continua sendo muito importante para nós e tem produzido incalculáveis frutos pastorais e espirituais no âmbito do diálogo ecumênico e da busca da reconciliação e da unidade entre os cristãos”, destacou dom Teodoro.

Partilhas

As duas últimas sessões do Conselho também foram marcadas pelas partilhas das atividades realizadas nos últimos três meses pelas Comissões Episcopais, pelos Regionais e pelas pastorais e organismos. Assembleias, encontros, eventos, assessorias, preparação de materiais e subsídios para aprofundamento foram os destaques desse período de atuação. O momento também foi oportunidade para os bispos partilharem algumas preocupações que estão dentro do campo de atuação do regional ou da comissão que presidem.

Novo cardeal do Brasil

A poucas semanas de receber o barrete cardinalício das mãos do Papa Francisco, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, foi homenageado pelos bispos do Conselho Permanente. O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, agradeceu a dom Jaime pela disponibilidade no serviço à Igreja.

Dom Jaime, por sua vez, quis encerrar o encontro desta semana com um trecho do documento final do Sínodo sobre a Sinodalidade, no qual é destacada a pertença ao Povo de Deus, reunido de todas as tribos, línguas, povos e nações, vivendo em contextos e culturas diversas.

“Nunca é a simples soma dos Batizados, mas o sujeito comunitário e histórico da sinodalidade e da missão, ainda peregrino no tempo e já em comunhão com a Igreja do céu. Nos diversos contextos em que se enraízam as Igrejas particulares, o Povo de Deus anuncia e testemunha a Boa Nova da salvação; vivendo no mundo e para o mundo, caminha juntamente com todos os povos da terra, dialoga com as suas religiões e as suas culturas, reconhecendo nelas as sementes do Verbo, e avança em direção ao Reino. Incorporados neste Povo pela fé e o Batismo, somos apoiados e acompanhados pela Virgem Maria, “sinal de esperança segura e de consolação” (LG 68), pelos Apóstolos, por aqueles que testemunharam a sua fé até dar a vida, pelos santos de todos os tempos e lugares.”

Sobre o cardinalato, dom Jaime quis partilhar uma reflexão sugerida pelo Papa aos que serão admitidos no Colégio Cardinalício no próximo dia 8 de dezembro: “Olhos erguidos, para olhar mais longe e amar mais universalmente e com maior intensidade; mãos unidas, pois a oração é o que mais a Igreja necessita; pés descalços, para pisar lá onde a vida é talvez mais machucada, ferida, necessitada de atenção”.

A próxima reunião do Conselho Permanente será de 18 a 20 de março de 2025, em Brasília (DF). O encontro reúne os membros da Presidência, os presidentes das Comissões Episcopais, os representantes dos Regionais e convidados.

Fonte: CNBB

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