Episcopado paulista segue com reuniões em departamentos da Cúria Romana

Episcopado paulista segue com reuniões em departamentos da Cúria Romana

Nesta manhã (28), como parte da Visita Ad Limina 2022, bispos do Estado de São Paulo cumpriram agenda nos dicastérios para o Clero, para a Educação Católica e para a Evangelização. Em uma das reuniões, dom Valdir Mamede, bispo diocesano de Catanduva, lembrou da preocupação da Igreja no Brasil com a educação por meio da Campanha da Fraternidade (CF)

FAMÍLIA, PRIMEIRA EDUCADORA

Nesta quarta-feira, dia 28, o grupo de bispos das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto tem agenda da Visita Ad Limina Apostolorum em quatro dicastérios da Cúria Romana. Logo pela manhã, eles se reuniram no Dicastério para o Clero. Após, o episcopado paulista participou de um encontro com os colaboradores do Dicastério para a Educação Católica.

Na ocasião, o bispo diocesano de Catanduva, dom Valdir Mamede foi o relator do grupo. “A educação católica vai muito além da realidade acadêmica, e, nela, a família, como primeira educadora, ocupa lugar primordial, insubstituível, mesmo se estamos assistindo a uma terceirização desta sua função”, apresentou.

Neste sentido, dom Valdir refletiu que a cada dia as famílias estão ficando menos numerosas, o que, segundo ele, “num curto período de tempo vai trazer problemas para vários setores além daquele da atividade educacional, por exemplo, a previdenciária”.

O bispo de Catanduva lembrou que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se preocupa com a temática da educação a largo tempo. Falou da Campanha da Fraternidade (CF) que, em 1982 e 1998, já trouxe à tona o tema, retomando-o em 2022, e propôs que o episcopado, num momento de colegialidade, possa fazer uma “leitura regionalizada” da CF nas províncias de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto.

Sobre o estudo parlamentar brasileiro de “homeschooling”, dom Valdir sugeriu que, como Igreja, os bispos deveriam se preocupar “em compreender a temática e oferecer à discussão o juízo de pastores”.

O pacto educativo global também integrou o encontro episcopal no departamento para a Educação Católica: “a proposta do Papa é que se favoreça uma ampla aliança de forças – pais, familiares, e responsáveis pela educação de crianças, jovens e adultos, a participação direta de todos os profissionais da educação, comunidades de fé, organizações, instituições e entidades, dando início a um processo educativo em que o ato de educar forme as próximas gerações para que superem a indiferença e sejam capazes de construir uma nova realidade”, disse o bispo de Catanduva.

O secretário do Dicastério, dom Angelo Vincenzo Zani, acolheu a relatoria apresentada pelo bispo paulista e, ao episcopado reunido, falou do valor de um Projeto Educativo, que priorize os valores cristãos; da dimensão comunitária da educação, sobretudo no que tange a família e a educação como um instrumento de relações sociais; da formação dos educadores e dos contributos dos instrumentos pedagógicos à vida da sociedade.

EVANGELIZAÇÃO

Em seguida, ocorreu uma reunião com os integrantes do Dicastério a Evangelização. “Ainda sofremos os efeitos da pandemia no que tange a evangelização. Ela mudou nosso modo de vida, colocou em crise os sistemas de saúde, econômico, social, político, religioso e expôs a nossa ‘fragilidade como criaturas’, como muito bem foi expresso pelo Santo Padre”, observou o bispo auxiliar de São Carlos, dom Eduardo Malaspina, na relatoria do encontro.

Neste tempo pandêmico, sobre a evangelização nas paróquias das regiões de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto, o bispo auxiliar destacou que “as comunidades paroquiais se mostraram amadurecidas na vivência da caridade durante a pandemia, quando se organizaram, animadas por seus pastores e líderes leigos, para socorrer os mais necessitados, por meio dos mais criativos modos”.

A internet, enquanto lugar também de “cultivar a fé e de evangelizar”, foi abordada no discurso de dom Eduardo. “O acesso às tecnologias da informação possibilitou a disseminação de muitas propostas de busca de sentido, e transformou as redes sociais em grandes púlpitos de pregação e apelo à conversão”, disse.

Os bispos reunidos também refletiram sobre os desafios atuais no campo da evangelização, como, por exemplo, o clericalismo. Com um olhar de esperança, o bispo auxiliar de São Carlos motivou à construção de uma espiritualidade que uma fé e vida: “a Igreja deve apresentar-se ao mundo como casa de oração e mestra espiritual que, a partir da oração litúrgica, a espiritualidade, articule a ação em favor dos pobres e necessitados, por meio do compromisso social, e o envolvimento ético dos comportamentos, a moralidade”. E concluiu afirmando que a estrutura eclesial “deve mostrar-se aos homens com sinal visível que fale do Evangelho, de Jesus Crucificado e Ressuscitado”.

No período da tarde, a programação prevê uma reunião com os colaboradores do Dicastério para a Comunicação.

Visita Ad Limina 2022: O Regional Sul 1 da CNBB ao encontro do Papa Francisco!

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Fotos: Pe. Thiago Faccini / Regional Sul 1 da CNBB

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Ano da Oração

Na preparação do Jubileu 2025, o ano de 2023 foi o ano voltado à redescoberta dos ensinamentos conciliares, contidos principalmente nas quatro Constituições do Vaticano II: Dei Verbum (DV), Sacrosanctum Concilium (SC), Lumen Gentium (LG), Gaudium et Spes (GS). O ano de 2024 é dedicado inteiramente à oração, avançando na preparação para o Jubileu 2025: “Peregrinos de Esperança”