Espiritualidade missionária sinodal

O caminho sinodal tem sido uma realidade de escuta, comunhão, diálogo e discernimento comunitário na vida e missão evangelizadora da Arquidiocese de Ribeirão Preto. O caminhar juntos qualifica a vida e missão da Igreja e fortalece o compromisso do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. A espiritualidade missionária sinodal nos provoca a escutar e aceitar o convite do Papa Francisco para sermos uma ‘Igreja em saída’. Neste mês de maio, convido todos os agentes de pastoral, movimentos, serviços e paroquianos, a refletir e rezar com os números 78, 79 e 80 da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco, que nos convida a dizer sim ao desafio de uma espiritualidade missionária.

Diz o Santo Padre: “hoje nota-se em muitos agentes pastorais, mesmo pessoas consagradas, uma preocupação exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia e relaxamento, que leva a viver os próprios deveres como mero apêndice da vida, como se não fizessem parte da própria identidade. Ao mesmo tempo, a vida espiritual confunde-se com alguns momentos religiosos que proporcionam algum alívio, mas não alimentam o encontro com os outros, o compromisso no mundo, a paixão pela evangelização. Assim, é possível notar em muitos agentes evangelizadores – não obstante rezem – uma acentuação do individualismo, uma crise de identidade e um declínio do fervor. São três males que se alimentam entre si”. Como vivo meus deveres de agente pastoral? Em que consiste minha vida espiritual? Meus momentos de oração alimentam o encontro com os outros? Como estamos caminhando juntos enquanto Igreja?

Continua o Papa Francisco: “a cultura midiática e alguns ambientes intelectuais transmitem, às vezes, uma acentuada desconfiança quanto à mensagem da Igreja, e um certo desencanto. Em consequência disso, embora rezando, muitos agentes pastorais desenvolvem uma espécie de complexo de inferioridade que os leva a relativizar ou esconder a sua identidade cristã e as suas convicções. Gera-se então um círculo vicioso, porque assim não se sentem felizes com o que são nem com o que fazem, não se sentem identificados com a missão evangelizadora, e isto debilita a entrega. Acabam assim por sufocar a alegria da missão numa espécie de obsessão por serem como todos os outros e terem o que possuem os demais. Deste modo, a tarefa da evangelização torna-se forçada e dedica-se-lhe pouco esforço e um tempo muito limitado”. Revelo minha identidade cristã a todos que encontro ao longo da vida? Sou feliz por ser discípulo missionário de Jesus Cristo e por viver como tal? Como estou vivendo a tarefa da evangelização que recebi no Batismo e na Crisma? Como estou vivendo a tarefa da evangelização que recebi por um mandato da Mãe Igreja? Como estou colocando em prática a sinodalidade?

Diz ainda o Papa: “nos agentes pastorais, independentemente do estilo espiritual ou da linha de pensamento que possam ter, desenvolve-se um relativismo ainda mais perigoso que o doutrinal. Tem a ver com as opções mais profundas e sinceras que determinam uma forma de vida concreta. Este relativismo prático é agir como se Deus não existisse, decidir como se os pobres não existissem, sonhar como se os outros não existissem, trabalhar como se aqueles que não receberam o anúncio não existissem. É impressionante como até aqueles que aparentemente dispõem de sólidas convicções doutrinais e espirituais acabam, muitas vezes, por cair num estilo de vida que os leva a agarrarem-se a seguranças econômicas ou a espaços de poder e de glória humana que se buscam por qualquer meio, em vez de dar a vida pelos outros na missão. Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” Este relativismo prático encontra espaço na minha vida? Os que ainda não receberam o anúncio do Evangelho fazem parte das minhas preocupações?

A reflexão sobre estes pontos visam nos ajudar na caminhada sinodal e no processo de preparação para a nossa Pré-assembleia Arquidiocesana de Pastoral, a ser realizada em 28 de outubro, tornando-nos melhores instrumentos neste processo.

Que Maria, a mãe da Evangelização, nos ajude e nos assista nesta reflexão. “Ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus” (EG, 286). Confiemos nesta Mãe querida.

Dom Moacir Silva
Arcebispo Metropolitano

Boletim Igreja-Hoje
Edição Maio/2023

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