“Mestres da Ternura”, o projeto de vida do Papa para os idosos

(Cidade do Vaticano, 30 de Junho de 2022) – O Vídeo do Papa de Julho acaba de ser divulgado com a intenção de oração que Francisco confia a toda a Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. Este mês, o Santo Padre reza “pelos idosos, que representam as raízes e a memória de um povo, para que a sua experiência e a sua sabedoria ajudem os mais jovens a olhar o futuro com esperança e responsabilidade”. A intenção coincide com a segunda celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que será celebrado no domingo 24 de Julho em Roma e em todas as dioceses do mundo.

Uma geração numerosa

Falando em primeira pessoa sobre os idosos, o Papa Francisco diz: “Nunca fomos tão numerosos na história da humanidade, mas não sabemos como viver esta nova etapa da vida”. Nas últimas décadas, o número de pessoas com mais de 65 anos de idade tem crescido de forma constante. O envelhecimento desta população afeta particularmente os países mais desenvolvidos, onde 25% dos idosos vivem sozinhos. “Para a velhice há muitos planos de assistência, mas poucos projetos de vida”, lamenta o Papa neste vídeo, que foi feito em colaboração com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e a Fondazione Alberto Sordi.

Uma missão vital para os idosos

No contexto de um mundo com muitas feridas, o Santo Padre aponta para um papel fundamental para a geração mais velha. “Os mais velhos têm frequentemente uma sensibilidade especial para o cuidado, para a reflexão e o afeto. Somos, ou podemos nos tornar, mestres da ternura”, diz o Papa. “Precisamos, neste mundo habituado à guerra, de uma verdadeira revolução da ternura. Temos aqui uma grande responsabilidade para com as novas gerações”.

O Cardeal Kevin Farrell, Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, falou sobre a missão dos idosos no mundo e na Igreja: “O Santo Padre convida-nos a tomar consciência da relevância dos idosos na vida das sociedades e das nossas comunidades, e a fazê-lo não esporadicamente, mas estruturalmente, com um cuidado pastoral ordinário. Assim sendo, não se trata de confrontar uma emergência, mas de lançar as bases para uma pastoral de longo prazo que nos envolverá durante décadas. Além de reafirmar a importância de combater a cultura do descarte, o Papa parece também querer oferecer pontos de referência àqueles que experimentam um desconcerto por se verem com a idade avançada. Foi por isso que quis estabelecer um Dia Mundial a ser celebrado todos os anos e marcar a época litúrgica: dizer que a Igreja está próxima dos idosos”.

Por outro lado, Ciro Intino, Diretor da Fondazione Alberto Sordi, observa que “a nossa sociedade está envelhecendo, mas tende a excluir e isolar os idosos, minando a sua identidade e o seu papel social, especialmente nas suas relações com as gerações mais jovens. Infelizmente, há uma falta de respostas adequadas aos cuidados e necessidades existenciais das pessoas mais velhas. Há ainda um longo caminho a percorrer em termos de políticas sociais e de saúde para os idosos, destinadas a limitar o isolamento a que demasiadas pessoas idosas estão atualmente condenadas. Os mais velhos são portadores de sabedoria, conhecimento, cultura: valores inalienáveis que, através do diálogo intergeracional, contribuem para assegurar o futuro da nossa sociedade e das comunidades a que pertencem. Para que esta dinâmica virtuosa se torne realidade, devem ser ativadas sinergias entre redes familiares, amigos, prestadores de cuidados e estruturas sociais públicas e privadas. A Fondazione Alberto Sordi promove estes caminhos de rede: oferecendo assim razões de esperança”.

O Pe. Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, comentou sobre esta intenção: “Recordemos os nossos avós ou idosos que partilharam conosco, da sua própria experiência de vida e fé, da sua sabedoria e da sua esperança. Nos Evangelhos, os idosos Simeão e Ana reconhecem na criança que Maria e José apresentam no Templo, a esperança de um povo inteiro. São capazes de ver e ouvir o que a grande maioria, correndo atrás das suas vidas ocupadas, não percebe. Como Francisco nos recordou na sua catequese sobre a velhice nos últimos três meses, o pacto entre as gerações, entre os idosos e os jovens, é uma bênção para a sociedade. Rezemos este mês por esta intenção de oração do Papa”.

Fonte: O vídeo do Papa

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