O Natal em tempos de Sinodalidade

Mais uma vez em seu profícuo pontificado, o Papa Francisco proporciona à Igreja a vivência de uma nova primavera. Quando usamos esta expressão ‘nova primavera’, estamos nos referindo ao renascer, reflorescer, à pujança de cores, sabores e nuanças que esta estação nos oferece. A Igreja, ao viver uma nova primavera, recebe a oportunidade de se refazer, se renovar, de reflorescer de recomeçar a viver com mais intensidade o manda missional que o próprio Senhor Jesus lhe ordenou: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mt 28.19)

Estamos falando do Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa e aberto por ele nos dias 09 e 10 de outubro em Roma e no dia 17 do mesmo mês em todas as Dioceses existentes pelo mundo afora. A palavra sínodo significa ‘caminhar junto’. E a temática deste Sínodo em específico é a própria sinodalidade, ou seja, o compromisso da Igreja em caminhar junto, na mesma direção, com o mesmo objetivo, mesmo nas divergências de pensar e agir, caminhar junto na construção e na edificação do Reino de Deus para todos. A sinodalidade é a natureza da Igreja, ou seja, está presente nela desde o seu nascimento e deve ser a sua marca de ação. Como afirma o próprio Francisco: “O tema da sinodalidade não é o capítulo de um tratado de eclesiologia, muito menos uma moda, um slogan ou o novo termo a ser usado ou instrumentalizado em nossos encontros. Não! A sinodalidade expressa a natureza da Igreja, a sua forma, o seu estilo, a sua missão.”

Estamos nos aproximando das celebrações do Natal. O tempo do Advento ora vivido por todos nós nos prepara para isso. Na celebração do Natal, revivemos a atitude de Jesus de descer do céu e caminhar entre nós, caminhar conosco, viver a nossa vida, experimentar nossa existência para que, nesta atitude que podemos chamar de sinodal, agir com misericórdia com cada um de nós e nos levar a reencontrar o caminho que nos leva a Deus.

Nesta vivência do Natal constatamos que “O nosso não é um Deus ausente, levado por um céu muito distante; é, pelo contrário, um Deus ‘apaixonado’ pelo homem, tão ternamente amante, a ponto de ser incapaz de separar-se dele”. Nós humanos somos hábeis em cortar ligações e pontes. Ele, pelo contrário, não. Se o nosso coração se esfria, o seu permanece incandescente. O nosso Deus nos acompanha sempre, mesmo se por desventura nós nos esqueçamos d’Ele. Na linha que divide a incredulidade da fé, decisiva é a descoberta de ser amados e acompanhados pelo nosso Pai, de não sermos nunca deixados sozinhos por Ele”.

Vivamos este Natal em tempos de sinodalidade, como nos pede o próprio Papa Francisco, “no espírito da ardente oração que Jesus dirigiu ao Pai pelos seus: «Para que todos sejam um só» (Jo 17, 21). É a isto que somos chamados: à unidade, à comunhão, à fraternidade que nasce de nos sentirmos abraçados pelo único amor de Deus. Todos indistintamente, mas em particular nós, Pastores – assim escreve São Cipriano –, «devemos manter e reivindicar com firmeza esta unidade, sobretudo nós Bispos que temos a presidência na Igreja, para dar provas de que o próprio episcopado também é uno e indiviso» (De Ecclesiae Catholicae Unitate, 5). Por isso, no único Povo de Deus, caminhemos em conjunto para fazer a experiência duma Igreja que recebe e vive o dom da unidade e se abre à voz do Espírito.”

Viver a sinodalidade é uma atitude desafiadora, sobretudo num mundo competitivo, no qual as pessoas não admitem perder seus lugares, não admitem que outros possam chegar para caminhar juntos e somar. Isso o vemos também na Igreja. Mas é isso que Deus espera de nós neste tempo presente.

Que nosso Natal seja feliz e em paz, na certeza e perspectiva de sempre caminharmos juntos!

Pe. Luis Gustavo Benzi
Pároco da Paróquia São Francisco de Assis – Ribeirão Preto
Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

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