Pistas para o caminho
O III Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que deseja promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, aponta algumas pistas para nossa ação evangelizadora.
Precisamos avançar na Espiritualidade: oração pelas vocações, testemunho de vida, orientação espiritual e Leitura Orante da Palavra. Promover e organizar momentos orantes vocacionais, estimulando e fortalecendo a prática da Leitura Orante e Vocacional da Palavra e ações evangelizadoras que envolvam crianças, catequistas, jovens, famílias (celebrações, tríduos, retiros…). Fomentar e promover uma maior conscientização sobre a orientação espiritual, mediante uma ampla formação, para que se possa realizá-la com qualidade, de forma desinteressada e capaz de apresentar ao jovem a riqueza da Igreja em sua diversidade.
Precisamos avançar com Itinerário: especial atenção à integralidade da pessoa do(a) acompanhado(a); compreensão da estrutura humana do jovem, suas forças e fragilidades; envolvimento da família em vista de um ambiente de confiança recíproca. Aproximar o SAV/PV das pastorais juvenis, catequese e família, com ênfase no acompanhamento dos adolescentes e jovens, especialmente na formação para a elaboração do Projeto Pessoal da Vida. Faz-se necessário disponibilizar e formar animadoras e animadores de juventudes, possibilitar aos adolescentes e jovens espaços de escuta e acompanhamento personalizado que os ajudem a vivenciar o itinerário vocacional.
Precisamos crescer na consciência de uma Igreja em saída missionária: fidelidade e paixão por Jesus Cristo, seu seguimento e missão. Encorajar e/ou organizar missões populares com jovens em vista da renovação de experiências de fé e de projetos vocacionais, abrindo espaços para que os jovens criem novas formas de missão, por exemplo, nas redes sociais.
Precisamos utilizar mais o Planejamento participativo: articular a animação vocacional em uma gradualidade progressiva, com metas, etapas, passos e itinerários que devem ser continuamente avaliados. Prever o fortalecimento ou a criação de equipes vocacionais (paroquial e arquidiocesana), investindo na formação de seus membros. Integrar o SAV/PV com as demais pastorais no âmbito da ação evangelizadora. Considerar o SAV/PV como instrumento de integração da ação pastoral. Unidade e comunhão no serviço vocacional, mais articulação no trabalho em conjunto (cristãos leigos e leigas, vida consagrada e ministros ordenados), pois somos um corpo eclesial, uma assembleia de batizados e batizadas. Prever, ainda no planejamento, os recursos financeiros para criar e manter a mobilidade dos animadores e das animadoras vocacionais em suas atividades e formação.
Precisamos contar com Meios de Comunicação: ousadia, sensibilidade, alteridade, criatividade nas redes sociais, favorecendo a descoberta da vocação. Tanto o Documento Final do Sínodo da Juventude quanto a Exortação Pós-Sinodal do Papa Francisco, Christus Vivit, acenaram para esta dimensão do ambiente digital. Por um lado, é uma realidade difusa, mas, por outro, a web e as redes sociais (…) constituem uma oportunidade extraordinária de diálogo, encontro e intercâmbio entre pessoas, bem como acesso à informação e conhecimento. Além disso, o ambiente digital é um contexto de participação sociopolítica e cidadania ativa. (cf. Texto Base do 3º Ano Vocacional do Brasil, nº 206).
Vocação: graça e missão. “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).
“Despertai as novas gerações para
a vocação aos Ministérios Leigos, ao Matrimônio, e a Vida Consagrada e aos Ministérios Ordenados”
(trecho da Oração do Ano Vocacional)
Dom Moacir Silva
Arcebispo Metropolitano
Boletim Informativo Igreja-Hoje
Agosto/2023