Recordar a vida no Jubileu da Cultura e Educação

Recordar a vida no Jubileu da Cultura e Educação
Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto
Capela Central do Seminário Maria Imaculada – Brodowski – 10 de fevereiro

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo – para sempre seja louvado!

Caríssimos irmãos e irmãs,

Reunimo-nos nesta noite de festa para a celebração do Jubileu da Cultura e Educação sediado no CEARP, um momento que marca profundamente o Jubileu da Esperança. Como nos recordou Sua Santidade, o Papa Francisco, na Bula de Proclamação deste Ano Santo, ao citar as palavras do Apóstolo dos Gentios: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Recordar essa virtude teologal é, sem dúvida, refletir sobre onde depositamos e qual é a razão de nossa confiança. Pela fé, cremos em Deus; pela esperança, confiamos n’Ele; e pela caridade, nos tornamos semelhantes a Ele, pois “a esperança nasce do amor e se funda no amor que brota do Coração de Jesus transpassado na cruz”. O Santo Padre nos recorda ainda: “Todos esperam; no coração de cada pessoa encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã”.

Tempos desafiadores nos confrontam e testam nossa esperança, pois tudo aquilo que a sociedade parecia ter conquistado como segurança é abalado pelas incessantes mudanças. O Papa Francisco nos alerta que “o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades, e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento”. O avanço acelerado da inteligência artificial, o ressurgimento de conflitos e guerras, o desenvolvimento desenfreado da tecnologia, as polarizações ideológicas e as constantes mudanças de paradigmas parecem estremecer os fundamentos de nossa confiança em Deus. Diante dos ventos tempestuosos que sacodem a nau de Cristo, a Igreja, o coração dos navegantes pode se encher de medo, incerteza e desespero.

Contudo, a celebração deste jubileu nos convida a renovar nossa confiança no Senhor Jesus, pois somente Ele é capaz de acalmar as tempestades que nos assolam. Sua voz ressoa hoje para cada um de nós: “Não tenhais medo!” (Mt 14,27).

Os jubileus, ao longo da história, sempre foram tempos propícios para anunciar a misericórdia de Deus e sua indulgência, que alcança toda criatura e apaga toda culpa, toda consequência e todo pecado. Este ano jubilar é um tempo favorável que toca o coração contrito, um tempo de conversão e arrependimento, com forte impacto político e social. Somos chamados à conversão em suas diversas dimensões: social, política, ecológica e, sobretudo, do coração. Que nosso coração, antes carregado de ódio, violência, medo e desespero, se transforme em um coração jubiloso, peregrino de esperança, sinal da graça e testemunho da salvação para todos.

Celebrar o jubileu em nosso centro de estudos filosóficos e teológicos é profundamente significativo. Podemos afirmar com convicção que a educação é uma das grandes fontes de esperança para a sociedade. A esperança não é uma espera passiva e letárgica, mas, como dizia o grande educador e patrono da educação brasileira, Paulo Freire: “É preciso ter esperança, mas do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar; e esperança do verbo esperar não é esperança, é espera; esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir”.

Que, nesta celebração, possamos suplicar a Deus a graça de nos tornarmos verdadeiros peregrinos de esperança, homens e mulheres que, no cotidiano, buscam construir o Reino de Deus neste mundo. “Quem enviarei? Quem irá por nós?” (Is 6,8). Aqui estamos, Senhor! Enviai-nos!

Iniciemos a celebração deste Santo Mistério para que juntamente, com a Igreja Peregrina nos unamos ao Senhor no Santo Altar.

 

Moisés Marcelino Pieruci Freire
Seminarista do 2º Ano da Configuração (Teologia)

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Neste Ano Jubilar 2025 celebramos o 99º Dia Mundial das Missões. A Campanha Missionária de 2025, coordenada pela Pontifícia Obras Missionárias (POM), traz para reflexão o tema: “Missionários da esperança entre os povos”, escolhido pelo Papa Francisco em sintonia com o Jubileu da Esperança, e o lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5)